segunda-feira, 31 de março de 2008

Nova Republica Bolivariana ?

Militares e fazendeiros apontam pressão por mais terra indígena

Retirada de não-índios da Raposa Serra do Sol reacende debate sobre soberania da Amazônia

Roldão Arruda, BOA VISTA

A retomada das ações do governo, na semana passada, para a desocupação da terra indígena Raposa Serra do Sol, no Estado de Roraima, voltou a acender entre grupos militares da reserva e entidades de proprietários rurais o debate sobre questões geopolíticas e soberania da Amazônia. Afirma-se que a retirada dos não-índios da Raposa - cuja área de 1,7 milhão de hectares foi reconhecida no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e homologada por Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005 - faria parte de um plano maior: a criação de uma grande nação indígena no extremo norte do País. Ela atravessaria os Estados do Amazonas e Roraima, na fronteira com Colômbia, Venezuela e Guiana.

Em Boa Vista, o porta-voz dos grandes produtores de arroz ameaçados de expulsão da Raposa, João Paulo Quartiero, é o principal divulgador dessa tese - sempre acompanhando suas explicações com a informação de que os militares pensam da mesma maneira. Para mostrar o que seria essa futura nação indígena, ele abre o mapa da região e mostra: as demarcações de terras indígenas vêm criando uma longa e contínua faixa de terras que inicia na chamada Cabeça de Cachorro, no Amazonas, fronteira com a Colômbia, e segue até Roraima, na linha divisória com a Guiana.

Em Roraima, a Raposa Serra do Sol já está ligada à Reserva São Marcos. “O próximo passo é reivindicar o vazio que ainda existe entre essas duas reservas e a terra dos ianomâmis, no outro lado do Estado, para unificar de vez essa faixa, uma área estratégica para o País, principalmente neste momento, em que os tambores de guerra rufam nos países vizinhos.”

No vazio a que ele se refere já existem pequenas áreas demarcadas e os índios continuam reivindicando mais terras. No conjunto, Roraima tem uma população indígena de 44 mil pessoas, em 32 reservas que ocupam 46% do território estadual.

“Essa pressão por mais terras é sustentada por ONGs que se arvoram em defensoras dos índios, mas na verdade estão a serviço de interesses estrangeiros”, diz. “No futuro vão querer a independência dessa faixa.”

O texto do seminário Amazônia, Cobiçada e Ameaçada, realizado no Rio, na semana passada, por militares da reserva ligados ao Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres), tinha uma frase semelhante: “Em favor da globalização, inúmeras ONGs internacionais vêm aumentando a pressão sobre governos e organismos internacionais com a tese ‘Amazônia, patrimônio da humanidade’, segundo a qual a região deverá ser administrada por uma autoridade internacional”.

O texto do Cebres não faz referência à questão indígena. Mas lembra que o cenário desejável para a Amazônia pressupõe “desenvolvimento auto-sustentável, com equilíbrio das áreas geoestratégicas e equacionamento da questão ambiental, da propriedade privada, da agricultura familiar e até da pecuária em pequena escala”.

Nas entrelinhas, isso significa povoamento de determinadas áreas amazônicas. O Brasil tem atualmente cerca de 600 terras indígenas, que abrigam 227 povos, com um total de aproximadamente 480 mil pessoas. Essas terras representam 13% do território nacional, ou 109,6 milhões de hectares.

A maior parte das áreas indígenas - 108 milhões de hectares - está na chamada Amazônia Legal, que abrange os Estados de Tocantins, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Acre e Amazonas. Quase 27% do território amazônico hoje é ocupado por terras indígenas.

Ao tratar dessa questão da concentração de terras na Amazônia, o manual sobre povos indígenas do Instituto Socioambiental, ONG que atua em diferentes regiões do País, observa que ela “pode ser explicada pelo fato de a colonização do Brasil ter sido iniciada pelo litoral, o que levou a embates diretos contra as populações indígenas que aí viviam, causando enorme despopulação e desocupação das terras, que hoje estão em mãos da propriedade privada. Aos índios restaram terras diminutas, conquistadas a duras penas”.

Em Boa Vista, o chefe do escritório estadual da Fundação Nacional do Índio Funai), Gonçalo dos Santos, observa que essa polêmica é levantada todas as vezes que os índios reivindicam terras.

O coordenador geral do Conselho Indigenista de Roraima, o índio macuxi Dionito José de Souza, lembra que o Brasil é signatário de declaração da ONU que garante a auto-governança aos povos indígenas. “Essa história de que somos manipulados pelas ONGs é burrice”, diz. 'Quem diz isso está inconformado com o fato de não aceitarmos mais ser manipulados pelos brancos. Demos um basta”, afirma ele.
Fonte: OESP



Este é Eusébio Marques, o "INDIO"(?) lider macuxi da Reserva Indigena Raposa Terra do Sol.
Diário do Comércio





Pelo mapa atualizado do Instituto Socioambiental, de Terras indígenas no Brasil, dá para se ter uma idéia do que o João Paulo Quartiero está acusando. Os círculos em vermelho que desenhei, são as áreas que faltam interligar para formar a Nova Republica Bolivariana.
Em seguida eu desenhei também uma segunda e terceira opção, muito mais assustadora, que com 5 pequenas novas reservas tornariam a futura Republica muito maior, englobando até Manaus.

.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Lula chama Chávez de "pacificador"

O que mais podemos esperar de alguém com tamanha cara de pau?

Ao lado do "cumpanhero", Lula elogia Chávez como o responsável pelo acordo que encerrou o impasse entre Colômbia e Equador.

"Quem foi o grande pacificador do conflito Colômbia e Equador? Foi exatamente o presidente Chávez"

"Por isso, ao ex-guerrilheiro, hoje pacificador, meus parabéns".



Fonte: UOL

.

Chávez agora é Cidadão Pernambucano e Brasileiro

Além de tudo, os dois reizinhos querem juntar seus feudos...

El Presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez Frías, agradeció este jueves a su homólogo brasileño Luiz Inácio Lula Da Silva por el título otorgado a su persona como Ciudadano de Pernambuco.

Esta manifestación la expresó desde el Palacio del Campo de las Princesas en el Salón de las Banderas en Pernambuco, Brasil, durante la Declaración Conjunta de Protocolo de Intención entre el Presidente de la República Federativa de Brasil y el Presidente de la República Bolivariana de Venezuela.

Chávez dijo: "Quiero agradecer muchísimo esa honrosa distinción con la que me ha investido esta comunidad, esta ciudad, este Estado de Pernambuco".

"Gracias al ciudadano Gobernador y al Consejo Legislativo Regional y a sus diputados y diputadas por habernos concedido este título de ciudadano de Pernambuco y así me siento, más que un cumplido, así me siento, un ciudadano de Pernambuco y también nos sentimos ciudadanos de Brasil, compatriotas y compañeros porque estamos compartiendo la misma patria", sostuvo el Jefe de Estado venezolano.

El Mandatario bolivariano reiteró que el camino de la integración es la vía correcta para formar la Patria grande, la Patria de Bolívar y del guapo Lima.

"Como no hablar aquí de Abreu de Lima, Bolívar lo llamaba el guapo Lima, el creativo Lima", dijo Chávez.

Comentó que en una oportunidad "Lima le escribe una carta al presidente de Venezuela en ese entonces, José Antonio Páez y le dice cosas muy grandiosas, le dice: llevo en mi pecho con honor la Cruz que me impuso Bolívar, la Cruz de los Libertadores de Venezuela".

Sobre este punto, el Presidente Chávez le mencionó a su homologo brasileño Lula Da Silva que "desde el fondo más recóndito del alma a nombre de mis compatriotas, nosotros reconocemos en el guapo Lima uno de los libertadores de Venezuela y nosotros sus hijos libertados por su espada, por su idea, por su pasión bolivariana y americana".

"Aquí estamos y venimos a rendir tributo a Pernambuco, al guapo Lima, al bravío Lima, uno de nuestros libertadores junto con Bolívar y aquí sus hijos dispuestos a ser libres definitivamente", agregó el Mandatario venezolano.

"Lula agradezco mucho todo eso que haz dicho, nosotros contamos con Brasil y decimos igualmente con modestia Brasil cuenta con Venezuela y creo que nuestra América debe contar con nosotros, Brasil y Venezuela, en esta hora suprema y en esta oportunidad irrepetible que estamos viviendo", le dijo el presidente Chávez al mandatario brasileño.

Fonte: Agencia Bolivariana de Noticias (ABN)

.



Você está satisfeito com o governo Lula?

Sem comentários...






.

Filial brasileira das FARC

São mais de 50 os signatários da Declaração Final do IV Seminário Internacional de Lutas contra o Neoliberalismo, que na prática lança a franquia das FARC no Brasil e tem como lema:

Socialismo ou Morte!

.

Urânio das FARC - Parte 2

Raúl Reyes caiu no conto do vigário?

Cientistas questionam suposta operação das Farc com urânio Washington, 19 mar (EFE).- Vários cientistas citados hoje pelo jornal "The Washington Times" demonstraram ceticismo sobre uma suposta operação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para vender urânio, com o qual fabricariam uma bomba.
O jornal publica hoje um e-mail entre dirigentes das Farc no qual se fala em urânio, mas também divulga opiniões de especialistas que minimizam tanto o risco real decorrente do fato de a guerrilha possuir 50 quilos do metal, quanto o preço suposto por sua venda: US$ 2,5 milhões.
O e-mail é um dos conteúdos dos computadores apreendidos por militares colombianos em um acampamento das Farc em território colombiano, atacado em 1° de março.
Segundo os cientistas consultados, o urânio não enriquecido "não pode ser utilizado para uma arma nuclear", não é muito útil para a fabricação de uma "bomba suja" e meio quilo custa apenas cerca de US$ 100.
Matthew Bunn, especialista em assuntos nucleares da Universidade de Harvard, disse ao "The Washington Times" que o e-mail contém "indícios consideráveis de que se tratava de algum tipo de fraude, porque o citado preço de US$ 2,5 milhões por quilo é aproximadamente dez mil vezes mais do que vale o urânio em seu estado natural".
"Isto sugere que as pessoas das Farc envolvidas neste assunto sabiam muito pouco sobre o tema", disse Bunn ao jornal.
O e-mail publicado pelo "Washington Times" supostamente foi escrito em 16 de fevereiro por Edgar Tovar, um comandante regional das Farc, e dirigido a "Raúl Reyes", porta-voz da guerrilha que morreu na incursão colombiana em território equatoriano em 1º de março.
Tovar menciona no e-mail um homem em Bogotá, identificado apenas pelo nome de Belisario, que, afirma, "vende explosivos que nós preparamos", e acrescenta que deveria ser um negócio com um Governo.
Ivan Oelrich, da Federação de Cientistas Americanos, disse ao "Washington Times" que é pouco provável que os rebeldes estivessem falando de urânio para fabricar uma bomba nuclear.
O urânio em seu estado natural é um metal pesado com pouquíssima radioatividade, embora contenha pequenos traços de um isótopo pouco comum que contribui à reação em cadeia de uma bomba nuclear.
Segundo Oelrich, somente se fossem pedidas quantidades maiores, pelo menos cem vezes a mais que as Farc supostamente pretendiam vender, seria possível extrair suficiente quantidade de isótopos para uma ou duas bombas nucleares, e se trata de um processo técnico e industrial muito complexo.
Steve Kidd, um cientista da Associação Mundial Nuclear, em Londres, ressaltou que este tipo de urânio "seria inútil para uma bomba radioativa". EFE mp/mac/db

Fonte: Yahoo

Mas se Rául Reyes caiu no conto do vigário e este urânio é um mineral comum, então o que Rául Reyes foi fazer na Romênia, em janeiro?

Os agentes do M 16, divisão de serviços secretos de inteligencia británicos, declararam que Rául Reyes, usando nome falso e passaporte venezuelano, fez uma viagem clandestina a Bucarest, capital da Romênia, em janeiro, onde encontrou-se com Semyon Yukovich Mogilevich, lider terrorista romeno do grupo Sol Naciente, parceiro da al-Qaeda, com o objetivo de comprar urânio roubado da ex-União Soviética.
Fonte: El Espectador

Não acredito, como acusam os defensores das FARC, que esse urânio seja uma fraude do "Império Americano" e que foi "plantado" com a intenção de justificar uma intervenção na América Latina como fizeram com o Iraque e as supostas armas nucleares de Sadam.

Por outro lado, tem que ser muito besta para acreditar que as FARC estariam tentando fazer uma bomba atômica e que teriam algum reator nuclear escondido em alguma caverna no meio da floresta amazônica.

Se Rául Reyes, em janeiro, foi tentar comprar(ou comprou) Urânio com a turma do Bin Laden, não iria, no mês seguinte comprar gato por lebre, por email, do tal de Belisario.

Acho muito provável que as FARC estivessem tentando adquirir urânio para trocar por armas, mas daí o M 16 estaria errado; ele teria ido para a Romênia para comprar armas e não Urânio. Talvez Mogilevich tenha imposto o urânio como forma de pagamento pelas armas. Seria a única explicação, pois a data do email é posterior a data da viagem de Rául Reyes.

Concluindo, entre as 3 noticias - o email, a viagem de Reyes e o urânio encontrado - uma delas é mentirosa, se não inteira, pelo menos em parte.

Provavelmente a verdade só apareça quando pegarem o tal Belisario que está sendo caçado pelas autoridades colombianas.


.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Urânio das FARC

BOGOTÁ - A Colômbia afirmou ter apreendido pelo menos 30 quilos de urânio da guerrilha esquerdista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nesta quarta-feira, na primeira vez em que material radioativo é relacionado ao grupo.O material foi descoberto em uma área rural antigamente considerada uma fortaleza da guerrilha, ao sul da capital Bogotá. Especialistas estão examinando o material, de acordo com uma nota do Ministério da Defesa.O texto não diz de onde o urânio veio nem o motivo pelo qual ele seria usado."Isso parece ter sido parte de uma operação no mercado negro que as guerrilhas estavam tentando usar para fazer dinheiro", disse Pablo Casas, analista do think-tank Security & Democracy."Isso é novo para a Colômbia e poderia levar as Farc às principais organizações de transações terroristas no mercado negro."
Fonte: Reuters Brasil

De acordo com o que se encontrou nos laptops de Raúl Reyes, uma mensagem de e-mail mencionava uma transação envolvendo 50 kg de urânio. Portanto, falta achar ainda mais 20 Kg.
Estima-se que o Kg de urânio esteja valendo cerca de U$ 2,5 milhões.
50Kg = U$ 125 milhões
Quantos fuzis AK 47 dá para comprar?

.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Boicote virtual


.
.Conflitos no Tibete, violação de direitos humanos... Não faltam motivos para se discutir o boicote às Olimpíadas sediadas na China. Enquanto os governos avaliam diplomaticamente a questão, na internet se reproduzem protestos virtuais que usam o símbolo dos jogos de 2008.
Mais



.

Geração cubana sob censura

Autoridades cubanas bloquearam o acesso, a partir de Cuba, ao blog mais lido do país, disse sua autora, Yoani Sánchez.



Sánchez, cujo blog crítico Generación Y recebeu 1,2 milhão de visitas em fevereiro, disse que os cubanos não podem mais visitar a página dela e a de outros dois blogueiros do país hospedados em um servidor alemão. Os internautas vêem apenas um mensagem de "erro no download".

"Os censores anônimos do nosso famélico ciberespaço tentaram me trancar em um quarto, apagar a luz e não deixar meus amigos entrarem", escreveu ela em seu blog ontem.

Sánchez diz que não consegue acessar seu blog diretamente de Cuba, o que impede novas atualizações. Mas ela descobriu uma maneira de driblar os censores comunistas, por meio de uma rota diferente.

Aos 32 anos e graduada em linguística, ela conquistou um número considerável de leitores ao escrever sobre seu dia-a-dia em Cuba e descrever as dificuldades econômicas, as restrições políticas que enfrenta e as "vagas" promessas de mudança do novo líder, Raúl Castro.

Site Generación Y

.

segunda-feira, 24 de março de 2008

De agora em diante, só se resolve na bala'

Fazendeiro defende armas contra invasões do MST

Fazendeiros resistirão às invasões de suas terras e, para protegê-las, estão contratando seguranças, depois que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) retomou as ocupações no Pontal do Paranapanema, no interior paulista. Depois do chamado "Carnaval Vermelho", três fazendas foram invadidas e agora os sem-terra articulam uma nova onda de invasões no mês que vem, chamada de "Abril Vermelho".

"De agora em diante só se resolve na bala. É só dessa forma. Não adianta entrar com ação de reintegração de posse na Justiça porque não vira nada", afirmou, em Presidente Prudente, o fazendeiro e advogado Rodrigo Macedo, dono da Fazenda Iara, de 560 alqueires, em Euclides da Cunha Paulista. Para proteger suas terras, com 1.100 cabeças de gado, ele contratou quatro seguranças. "Aconselho os fazendeiros a fazerem o mesmo, pois o MST não respeita nem a Justiça", disse.

Macedo não se conforma por ter sido preso dentro de sua fazenda, que considera produtiva, durante a invasão no mês passado. "Fui torturado por sem-terra encapuzados, apanhei muito, levei coronhadas e me trancaram num quarto antes da chegada da polícia. Jogaram gasolina e ameaçaram incendiar. Festejaram a minha prisão com churrasco, matando oito bois da minha fazenda. O direito de propriedade não existe?", perguntou. Ele negou que tenha atirado nos invasores, acusação que o deixou seis dias na cadeia.

O "Abril Vermelho" é uma antecipação aos protestos em memória das vítimas de Eldorado dos Carajás, no Pará, e contra o projeto do governador José Serra, que regulariza áreas devolutas na região do Pontal do Paranapanema.

O conflito no Pará ocorreu em abril de 1996, quando 19 sem-terra morreram em confronto com a Polícia Militar daquele estado.

O projeto que regulariza áreas devolutas no Pontal está pronto para entrar na ordem do dia da Assembléia Legislativa. O seu objetivo é fazer acordos para pôr fim às pendências judiciais que se arrastam há décadas.

Segundo o deputado Mário Bragato (PSDB), o objetivo do governo é regularizar 300 mil hectares. O tucano defende um acordo para votar a matéria.
Fonte: Diário do Comércio

.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Estupidez infinita

por João Luiz Mauad

"A sabedoria é sempre limitada, mas a estupidez é infinita”.

A frase é atribuída a Einstein, Hubbard, Roberto Campos e Nelson Rodrigues. De fato, qualquer um deles poderia perfeitamente tê-la dito. É uma verdade tão evidente, especialmente aqui em Pindorama, que deveria ser colocada à vista de todos, no plenário do Congresso Nacional, para que os representantes do povo jamais se esquecessem disso.

Malgrado tenhamos uma das legislações trabalhistas mais anacrônicas e contraproducentes do universo, cuja profusão de “direitos” e privilégios concedidos aos trabalhadores – com o intuito de defendê-los dos abomináveis e gananciosos patrões – engessa de tal forma as relações e os contratos, que acaba prejudicando ambas as partes, porém principalmente os primeiros, e mais especificamente aqueles que se encontram fora do mercado. Como tudo neste país de faz-de-conta, o mérito e a livre escolha são substituídos pelo paternalismo e o assistencialismo.

Em meio a uma intensa campanha da sociedade, em prol de reformas trabalhistas que desonerem as relações e tornem mais simples os procedimentos, o presidente Luiz Inácio da Silva, num gesto de agrado à República Sindicalista, enviou mensagem ao Congresso Nacional, em 15 de fevereiro último, propondo a ratificação pelo Brasil da Convenção nº 158 da Organização Internacional do Trabalho(OIT). Aprovada em 1982 e até hoje ratificada por apenas trinta e poucos dos 180 países participantes da organização (não por acaso, na sua maioria, subdesenvolvidos, como, por exemplo, Camarões, República do Congo, Etiópia, Gabão, Iêmen, Lesoto, Malauí, Macedônia, Marrocos, Moldávia, Montenegro, Namíbia, Nigéria, Papua-Nova Guiné, República Centro Africana, Santa Lúcia, Sérvia, Ucrânia, Uganda, Venezuela e Zâmbia). Entre os desenvolvidos, apenas cinco europeus – Espanha, Finlândia, França, Portugal e Suécia – e mais a Austrália.

A Convenção 158 da OIT prevê que a empresa ficará obrigada a explicar ao funcionário, inclusive por escrito, as razões de sua demissão. Caso discorde da decisão, este poderá recorrer à justiça, cabendo ao judiciário trabalhista considerar sobre as alegações do empregador e, se for o caso, reintegrar o empregado demitido. Segundo informações da imprensa, nos países que adotaram tal estrovenga, o processo de desligamento de um funcionário pode levar até 12 meses.

De acordo com a indigitada Convenção, fora os critérios de “justa causa”, um empregado só poderá ser desligado por motivos de dificuldade econômica da empresa, mudança tecnológica ou ineficiência comprovada. O documento estabelece ainda algumas causas que não podem ser consideradas: atuação sindical, discriminação por raça, religião, opinião, estado civil ou gravidez. Lindo, não? Só que absolutamente desnecessária, pois a lei trabalhista brasileira já proíbe a demissão em qualquer dos casos listados, bem como veda que uma empresa, por exemplo, demita um empregado por tê-la processado.

Os sindicatos peleguistas estão em festa. Alegam que a ratificação será o primeiro passo para o fim da “alta rotatividade” e do “arrocho salarial”. Bullshit! Já há na lei tupiniquim incentivos muito mais fortes contra a demissão imotivada, como o aviso prévio e a multa rescisória de 50% do saldo do FGTS. Na prática, não muda nada. Nenhuma empresa demite funcionários senão por justa causa ou por uma das três justificativas previstas na própria Convenção. O trabalhador que é competente, honesto e produtivo não corre qualquer risco de demissão, pois o empregado é a alma da empresa. Esta não sobrevive sem aquele.

O trabalho é um insumo como outro qualquer. Hoje, o governo quer autorizar quem eu posso ou não demitir. Analogamente – e aplicando critérios de isonomia – fico imaginando o dia em que um fornecedor resolva recorrer à justiça para manter-me como cliente, uma vez que não concorda com as minhas razões para não mais adquirir os seus produtos, já que, do seu ponto de vista, “sempre serviu-me com presteza e qualidade”. Da mesma forma, prevejo que, no futuro, algum banco que porventura preste bons serviços (dentro da sua própria óptica, claro!), provavelmente vai lutar para evitar que eu leve a minha conta corrente para um concorrente. Meus direitos de propriedade e liberdade para transacionar com quem eu bem entenda não valerão mais nada.

Do ponto de vista prático, como vimos acima, se tal disparate for ratificado pelo Congresso, os benefícios aos empregados serão ínfimos. Porém, as conseqüências para o empresário brasileiro serão enormes. A burocracia de uma simples demissão será longa e complexa (muito mais do que já é). Isso encarecerá o trabalho e reduzirá a capacidade de a empresa adequar seu quadro de pessoal às reais necessidades, com a devida agilidade, o que afetará a produtividade e a competitividade. No mundo globalizado de hoje, em que as empresas precisam competir por mercados mundo afora, muitas vezes brigando com concorrentes localizados em países onde a flexibilidade da legislação trabalhista é imensa e a burocracia reduzida, a aprovação dessa lei é imbecil, para dizer o mínimo.

O Brasil já tem hoje mais de dois milhões de ações trabalhistas, em média, por ano. É um absurdo total! Só para se ter uma idéia, os Estados Unidos têm cerca de 75 mil apenas. Agora, imaginem a confusão que não irá instalar-se na já entulhada Justiça Trabalhista, se uma idiotice dessas for aprovada.

Some a isso tudo os problemas acessórios que tal estrupício acarretaria. De cara, a obrigatoriedade de se declarar – publicamente – eventuais dificuldades econômicas para justificar demissões seria uma. Toda empresa enfrenta dificuldades, na maioria das vezes passageiras. Demite funcionários e, mais tarde, recuperada, volta a admitir. No entanto, quando a exposição desses problemas torna-se pública, a situação tende a agravar-se. Ao admitir sua fragilidade financeira, a reputação da empresa é afetada, sua imagem deteriora-se, ela perde a confiança dos bancos, dos fornecedores e até mesmo dos clientes. Um problema circunstancial pode transformar-se em estrutural, podendo levá-la à bancarrota, prejudicando também os trabalhadores que não seriam demitidos num primeiro momento.

Como aperitivo do que ainda está por vir, assistimos recentemente à aprovação, pelo Congresso, de uma outra lei trabalhista não menos esdrúxula. De agora em diante, a empresa não pode requerer experiência profissional superior a seis meses. Não é lindo? Será que os preclaros deputados e senadores acham que tal lei tem alguma chance de “pegar”? É evidente, para qualquer ser pensante com mais de dois neurônios, que o único efeito prático deste despautério legal será encarecer os custos de contratação, além de tornar o processo muito mais difícil para ambas as partes envolvidas. Imagine, só para começar, a quantas entrevistas inúteis um candidato sem experiência terá que comparecer, simplesmente porque o contratante estará impedido de dar publicidade às suas reais necessidades? Ou alguém, em sã consciência, acha que a empresa vai realmente abrir mão da experiência?

Enfim, esperar bom senso dos nossos políticos é como sonho de uma noite de verão. Só nos resta, então, torcer para que o rent-seeking dos sindicatos patronais seja mais farto e eficiente do que o dos sindicatos laborais – jamais pensei que um dia eu chegaria a esse ponto!

Autor: João Luiz Mauad

Mídia sem Máscara

.

sábado, 15 de março de 2008

O algoz foi indenizado, a vítima não!


O SR. GERSON CAMATA (PMDB – ES. Para comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Obrigado a V. Exª.

Sr. Presidente, eu vou ler, porque se falar sem ler as pessoas podem achar que não é verdade.

Está no Estadão de hoje: “União paga mais ao algoz que à vítima”.

Prestem atenção nisso.


“Líder de atentado obteve benefício de R$1.627; mutilado ficou com R$571.

Quase 40 anos depois de ter perdido a perna esquerda na explosão de uma bomba usada em ataque [terrorista] ao consulado americano em São Paulo, Orlando Lovecchio Filho, de 62 anos, soube que o líder do atentado, Diógenes Carvalho Oliveira, na época membro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), foi incluído na Lei da Anistia. Decreto publicado no Diário Oficial da União, em 24 de janeiro, garante a aposentadoria de R$1.627 mensais a Diógenes [líder do atentado e mais R$400 mil retroativos de indenização. Lovecchio, que trabalhou a vida toda como corretor de imóveis, aposentou-se com R$571].

A diferença das indenizações foi revelada ontem pelo jornalista Elio Gaspari. Corretor de imóveis em Santos, Lovecchio estudou Administração de Empresas, trabalhou com informática, foi casado, teve um filho, divorciou-se. Hoje vive em um apartamento com a mãe, em frente à Praia do Gonzaga. “O apartamento era do meu pai”, afirma o corretor.

Ele estava na capital paulista no fatídico 19 de março de 1968, para trabalhar com o pai, enquanto completava as horas de vôo para tornar-se piloto comercial. Os estilhaços da bomba deixaram cicatrizes nas pernas e nas costas. Oito dias depois, o jovem de 22 anos teve a perna esquerda amputada, pouco abaixo do joelho. A carreira de piloto ficou para trás, mas não o otimismo.(...)

Houve um período na minha vida – diz ele – em que eu não era tido como vítima, achavam até que eu era suspeito de ter colocado a bomba.”


Pois bem, vejam os senhores que coisa inacreditável o que está acontecendo neste País. Ele procurou o Presidente Lula, mandou carta, pediu ao pessoal do PT que falasse com o Presidente da República. Não é possível!

Quer dizer, o indivíduo que praticou um atentado terrorista colocou uma bomba, recebeu uma indenização do Governo e um salário para o resto da vida, R$400 mil retroativo. O pobre coitado, que estava indo trabalhar com o pai, que perdeu a perna em conseqüência da bomba, um inocente, não tinha nada a ver com o Consulado Americano, trabalhou como comerciário a vida toda, teve a carreira de piloto comercial interrompida, trabalhou como corretor de imóveis e aposentou-se com R$571,00

Eu não acredito que isso seja prática de justiça. Desculpem-me a palavra, não é parlamentar, é uma sacanagem isso! E há outras palavras piores que devem ser ditas, da revolta que isso provoca diante de um fato como esse.

O Presidente da República tem que vigiar essa Comissão de Anistiados aí, e depois nós temos que analisar. Essas pessoas não queriam implantar um regime democrático no País não; queriam implantar um regime pior do que a ditadura, que é um regime comunista, que destruiu o Leste Europeu, acabou com a União Soviética, destruiu vários outros países no mundo e que está destruindo a Colômbia com as Farc.

Queriam implantar uma Farc aqui no Brasil e não conseguiram. Então, temos que analisar um pouco o que é que eles queriam: uma ditadura pior do que a ditadura militar? É bom que se estude e que se veja isso. Era o apelo que queria fazer ao PT, aos amigos do Presidente da República: levem isso ao Presidente da República.

Não sou contra que aquele que colocou a bomba receba um prêmio de R$400 mil reais e um salário de um mil, seiscentos e pouco. Tantos podiam ter colocado bomba aí e estavam todos recebendo um salário melhor. Aposto que há muito aposentado aqui que, se soubessem disso teriam colocado uma bomba, recebiam um bom salário e ainda uma indenização. Mas, vamos ver que se faça um pouco de justiça com o outro que perdeu a perna, perdeu quase a vida, mas não perdeu o otimismo nesse atentado.

O algoz foi indenizado, a vítima não.

Muito obrigado, Sr. Presidente.





.

É namoro ou casamento?


MST desembestado

A pretexto do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, o Movimento dos Sem-Terra (MST), em parceria com a Via Campesina - uma espécie de holding internacional do crime organizado contra o sistema econômico de que o agronegócio é o principal expoente -, vem comandando há uma semana uma seqüência de ações violentas que espoucaram em uma dezena e meia de pontos do território nacional, do Maranhão ao Rio Grande do Sul. Mulheres - de preferência grávidas - e crianças foram escaladas para formar na vanguarda das manifestações, o que se destina a funcionar como escudo contra intervenções policiais e a “provar” a espontaneidade das incursões.

Não há como negar que o MST e os seus associados constituem hoje um empreendimento clandestino cada vez mais bem estruturado. Desde a escolha dos alvos, a fabricação de razões de ressonância social para justificar os ataques caso a caso, passando pelos aspectos logísticos da arregimentação e transporte da tropa, ao espetáculo da operação em si - nada parece deixado ao improviso. O planejamento inclui até mesmo a convocação da mídia e a produção de material jornalístico para assegurar ampla publicidade aos atentados, no País e no exterior. Tome-se o episódio da invasão de uma unidade de pesquisa da Monsanto, em Santa Cruz das Palmeiras, no interior de São Paulo.

Na madrugada de sexta-feira, um destacamento feminino de cerca de 40 ativistas armadas de paus e foices ocupou o lugar o tempo estritamente necessário para destruir uma estufa e três campos experimentais de milho transgênico, fincar bandeiras e pichar os slogans “mulheres em luta” e “transgênico mata”. Quando o dia amanheceu, os organizadores da razzia alertaram a imprensa, oferecendo-lhes, à maneira de uma assessoria de comunicação, fotos do ocorrido. Em Brasília, a coordenadora nacional da Via Campesina e do MST, Marina dos Santos, estava a postos para explicar que o ato foi um protesto contra a recente decisão do governo - que é o financiador do MST - liberando o cultivo de duas variedades de milho geneticamente modificado, uma delas da Monsanto.

Nessa ofensiva contra a ordem econômica, como em todas as outras, a Vale do Rio Doce não foi poupada. Na segunda-feira, cerca de 800 militantes, mulheres na maioria, bloquearam, pela enésima vez, durante 12 horas, na região de Resplendor, no interior mineiro, a Estrada de Ferro Vitória a Minas, utilizada pela Vale para o transporte de minério de ferro, atrasando a remessa de cerca de 300 mil toneladas do produto destinadas à exportação, além de prejudicar 2,5 mil passageiros dos trens que ligam Belo Horizonte à capital do Espírito Santo. O pretexto, dessa vez, foi a construção da Barragem de Aimorés, um consórcio da Vale com a Cemig. Mas, naturalmente, não poderia faltar a exigência de reestatização da mineradora, também acusada de atentar contra o meio ambiente.

A empresa, como faz sempre, denunciou os “atos de banditismo” de que tem sido vítima - sete, a contar de agosto passado - e avisou que processará os líderes nacionais e estaduais das organizações responsáveis. Vamos ver se consegue. Há dois anos a Justiça tenta encontrar o número um do MST, João Pedro Stédile, para intimá-lo como responsável pela depredação de um laboratório da Aracruz Celulose, no Rio Grande do Sul, por 1.500 mulheres da Via Campesina, em março de 2006. Numa ação de grande envergadura, foram destruídos 3 milhões de mudas de eucaliptos, além de equipamentos avaliados em US$ 700 mil. Em Porto Alegre, à época, Stédile celebrou a operação vandálica em entrevistas para quem quisesse ouvi-lo.

Segundo o promotor Daniel Indrusiak, do município gaúcho de Barra do Ribeiro, Stédile nunca está nos seus endereços conhecidos e ignorou uma audiência marcada por edital em maio passado. Por isso, requereu a sua prisão preventiva (sobre a qual o juiz a quem se dirigiu ainda não se manifestou). Essa situação, ainda mais pela violência do atentado que a originou, é um retrato da impunidade que apenas incentiva o movimento delinqüente a prosseguir com as suas ações predatórias - onde, quando e como os seus chefes determinarem - e a aumentar seu poder de fogo.

Com os recursos que o governo não lhe nega.

Fonte: O Estado de São Paulo

.

Condoleezzencia



SPONHOLZ

HOSPITAL DAS CLÍNICAS: VARIANTES DO TERRORISMO

Por Reinaldo Azevedo

No dia 24 de janeiro, publiquei um post sobre o incêndio no Hospital das Clínicas cujo título era “Onde há fogo, há fumaça”. A inversão da frase feita, é óbvio, levantava a suspeita de que a ação pudesse ter sido criminosa. Mais do que isso, no comentário, observei: “E convém ficar de olhos bem abertos também no Metrô. É evidente que, em certos setores, as militâncias se confundem, não é? Nunca se sabe quando o sujeito fala em nome da ‘catchiguria’ ou de um partido político.” Qual a razão dessa consideração? Sindicatos e partidos, claro, aproveitavam-se da impressionante seqüência de acidentes no Metrô e no hospital para a baixa exploração política. Ora, convenham: querem coisa mais dramática do que doentes asfixiados pela fumaça? Querem coisa mais arriscada, acenando para o caos, do que um colapso no metrô de São Paulo? Leiam, então, o que está no Portal G1. Volto depois:

Os incêndios de 24 de dezembro e 23 de janeiro no Hospital das Clínicas de São Paulo foram criminosos, aponta o laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que será divulgado na tarde desta sexta-feira (14), em São Paulo.Segundo o documento, os resultados das investigações apontam que os dois incidentes foram provocados por uma pessoa, o que confirmaria a tese de ação criminosa. A polícia também investiga o caso.Na véspera de Natal, o fogo atingiu parte do Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas. O trabalho de remoção dos pacientes invadiu a madrugada de 25 de dezembro porque a fumaça entrou em locais de internação. Os 12 pacientes do centro cirúrgico e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no 9º andar do prédio, tiveram de ser transferidos para a Santa Casa de Misericórdia e para o Instituto do Coração (Incor).Em 23 de janeiro, parte de um pequeno depósito foi consumida pelo fogo que atingiu o sexto andar do Prédio dos Ambulatórios. Uma paciente desceu a rampa avisando sobre o incêndio. Um depósito foi fechado para a perícia.No dia do segundo incêndio, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse que o fogo poderia ter sido provocado. "Esse incêndio foi numa sala fechada, sem elementos de combustão, inclusive existe a hipótese, que vai ser investigada, de que foi provocado", disse.Segundo o Hospital das Clínicas, o laudo mostra que, no incêndio de 24 de dezembro, os técnicos encontraram vários fios cortados que seriam "a causa mais provável" do fogo.No incidente de 23 de janeiro, foram encontrados vestígios de uso de álcool, o que segundo o documento elaborado pelo IPT, faz "concluir que o incêndio foi deliberadamente provocado fazendo-se uso de álcool para iniciar e acelerar o processo de queima."

Voltei
Sim, a sabotagem existe, inclusive como tática de ação política. Qualquer investigação tem sempre de responder a pergunta: “A quem interessa tal evento?” É evidente que a resposta a esta indagação não define necessariamente a responsabilidade; não estabelece, por si mesma, uma relação de causalidade. Será sempre preciso ver depois como se faz a exploração da tragédia. No caso em tela, indago: os que saíram metendo os pés no peito do governo de São Paulo vão agora lhe pedir desculpas? Acho que não.Chega a ser engraçado que alguns inocentes acreditem que correntes radicais — abrigadas em partidos que aceitam a democracia por questões meramente táticas — tenham realmente desistido da chamada “ação direta”. É claro que não desistiram. Ora, elas só são o que são porque consideram que a democracia é um engodo, que afasta o povo da “libertação”. Assim, se puderem, elas a sabotam. Pode ser com dossiê falso; pode ser com incêndio; pode ser com a mobilização do aparato oficial para intimidar adversários.Trata-se de formas veladas de terrorismo. Também as idéias, não só as pessoas, têm uma “biografia”, não é mesmo?
Autor: Reinaldo Azevedo

.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Estado de anomia

por Marcel Domingos Solimeo em 13 de março de 2008

Resumo: Grupos que agridem o direito de propriedade e, muitas vezes, até a integridade física de outros, são considerados "movimentos sociais " e suas agressões tratadas como "reivindicações de excluídos".

© 2008 MidiaSemMascara.org

Algum tempo atrás, um amigo, economista de um organismo internacional dizia que não acreditava que o Brasil pudesse se tornar uma nação desenvolvida porque não havia aqui o respeito às instituições. Exemplificava ele que "no mundo inteiro o direito de propriedade é defendido pelo proprietário e pela polícia. No Brasil, esse direito depende do Poder Judiciário. Nos países desenvolvidos, qualquer agressão ao direito de propriedade é punida. No Brasil, nada acontece com os agressores".
Na verdade, o que ocorre no Brasil em relação às invasões e agressões ao direito de propriedade pelo MST e seus aliados, é o que Ralf Dahrendorf chama de "estado de anomia", que se caracteriza por "uma condição social em que as normas reguladoras do comportamento das pessoas perderam validade". Para Dahrendorf, "se as violações das normas não são punidas, ou não são punidas de forma sistemática, elas tornam-se em si, sistemáticas... A impunidade, ou a desistência sistemática de punições, liga o crime e o exercício da autoridade. Ela nos informa sobre a legitimidade de uma ordem."
No Brasil, o que vem ocorrendo em relação ao MST e a seus parceiros é que, além de não haver punições, existe não apenas a omissão como o estímulo do governo para suas ações, na medida em que parte importante dos recursos dessa organização são de origem governamental (outra parte vem do exterior, principalmente de países concorrentes ou cujos produtores são afetados pelo agronegócio brasileiro). E, agora, para desmentir o ditado de que "o crime não compensa ", o INSS vai assegurar aposentadoria a uma nova categoria de beneficiário, a dos invasores de terra.
Isso explica a atuação cada vez mais agressiva desses grupos, atingindo rodovias, a ferrovia da Vale do Rio Doce, plantações, laboratórios, órgãos públicos, etc.
A passividade com que a sociedade brasileira vem aceitando essas agressões, resulta, em grande parte, do processo gradativo de anestesias, na linha pregada por Gramsci, através da mudança do sentido das palavras, com a ditadura do "politicamente correto" que, ao mudar o sentido das palavras, faz com que elas passem a indicar quase o seu contrário.
Assim, invasão de propriedades, crime configurado no Código Penal, passa a ser tratado como "ocupação ". Invasores, são chamados de "sem-terra ", como a sugerir que eles têm um direito à terra, que lhes foi retirado, embora grande parte deles seja de origem urbana e uma parcela cada vez maior da população brasileira seja "sem-terra" na medida em que o país se urbaniza.
Grupos que agridem o direito de propriedade e, muitas vezes, até a integridade física de outros, são considerados "movimentos sociais " e suas agressões tratadas como "reivindicações de excluídos".
Parece que precisamos começar a chamar as coisas novamente por seus verdadeiros nomes, como fez o diretor de Assuntos Corporativos da Vale que afirmou que "discordamos desses atos de banditismos e não negociamos com bandidos".
Esse talvez seja o primeiro passo para se discutir seriamente os riscos que esses atos de violência podem acarretar para o País: crime é crime, não importa quem ou por que o cometa.
Considerar que a "violência contra as coisas" pode ser aceitável quando praticada por determinados grupos é, segundo Dahrendorf, um equívoco. Primeiro porque ela pode descambar para a "violência contra as pessoas", como tem ocorrido em vários episódios das agressões praticadas pelo MST, resultando, inclusive, em mortes. Segundo, e mais importante, porque representa uma "violência contra as instituições ", que são as bases sobre as quais se assenta a convivência social e a economia de mercado.
Talvez os últimos acontecimentos, mostrando que o MST e seus parceiros não estão preocupados com "reforma agrária", mas, sim, em impedir o progresso tecnológico do agronegócio, incluindo a energia renovável, no qual o Brasil é extremamente competitivo no mercado internacional, possa despertar a atenção dos empresários dos demais setores, para que se posicionem e exijam do governo o cumprimento da Lei e a manutenção da Ordem.
MidiaSemMascara.org

.

Memórias de um sequestro

Por Maria Carolina
Amigos: Domingo, dia 2/3, O Globo publicou uma entrevista com um terrorista sequestrador Tupamaro, que foi um dos algozes de meu avô embaixador Aloysio Gomide quando ele foi sequëstrado em 1970. Ficamos indignados pelo tom de saudosas e casuais reminiscências de um passado remoto, como se fosse sobre algo que hoje seria tratado como quase uma mera infantilidade. Meu pai escreveu a carta abaixo, publicada dia 05/03/2008 no Jornal O Globo no Rio de Janeiro, para que pelo menos os principais pontos da verdadeira história fossem conhecidos.

Senhor Redator:
Com relação ao artigo de domingo 02 de março, "Memórias de um seqüestro que abalou Brasil e o Uruguai", a aparentemente simpática e singela estorinha do contador David Cámpora, seqüestrador e terrorista aposentado, convenientemente omite que meu sogro, Embaixador Aloysio Gomide, foi violentamente arrancado do convívio dos seus e que, para tal, ainda ameaçaram seu filho de três anos com uma arma na cabeça. Recebeu coronhadas, foi drogado e levado a seus cativeiros, todos eles subterrâneos, permanecendo por sete meses de pijama trancado em um cubículo com paredes forradas com jornais e infestado de baratas, sem ver a luz do sol.
Sofreu dois fuzilamentos simulados, e era constantemente ameaçado de morte por seus carcereiros.
Sua libertação foi resultado da intensa campanha realizada por minha sogra, Dona Apparecida Gomide, uma dedicada dona de casa e mãe de família que, tirando forças não se sabe de onde, saiu à luta por seu marido. Com a ajuda dos apresentadores Flávio Cavalcanti e Abelardo Barbosa, o Chacrinha, e outros amigos, antigos e novos, conseguiu levar seu desesperado grito por socorro ao povo brasileiro. Mulher religiosa e destemida, jamais esmoreceu na intransigente defesa de seu marido, sendo importuna e inconveniente com Ministros de Estado e com outras autoridades do governo de então, no Brasil e no Uruguai, mesmo com o Presidente Médici. Sua presença e insistência, constante e veemente, era um problema para aqueles que queriam esquecer a situação de seu marido. Alguns conhecidos faziam o possível para evitar serem vistos com ela em face da repercussão do caso.
Por sua conta fez contatos com os seqüestradores. O resgate foi pago com as generosas contribuições do povo brasileiro, inclusive dos mais humildes, e com as parcas economias de uma família de classe média com seis filhos pequenos. O dinheiro foi recolhido, transportado e posto nas mãos dos terroristas por leais amigas de D. Apparecida.
Durante seus sete meses de cativeiro meu sogro, em estrita honra a seu dever de diplomata brasileiro, jamais se manifestou em contra de seu governo, apesar de constantemente instado e ameaçado por seus seqüestradores. Pude ler as cartas da época a sua mulher. Sabedor que a morte o esperava, pois seu companheiro de cela Dan Mitrione fora assassinado, preocupava-se muito com a situação de sua família sem a sua presença.
Homem profundamente religioso, jamais foi acometido pela desesperança ao longo dos sete meses de seu cativeiro subterrâneo. Seu silêncio, mesmo depois de 37 anos, é o protesto de alguém que superou a barbaridade que lhe foi imposta e que prefere recolher-se ao seio de sua família, em vez de manifestar sua indignação quando terroristas da época são tratados como heróis por representantes do povo que pagou por seu resgate. Por exemplo, quando a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro homenageou, em medos dos anos 80, o terrorista-chefe dos Tupamaros, Raul Sendic.
É ultrajante que parte de nossa história seja esquecida, omitida ou convenientemente deturpada para adequar-se à torta ideologia em moda. Fatos são orwellianamente "ajustados" para criar uma realidade alternativa. Quando vítimas, alegadas vítimas e pseudo-vítimas da ditadura estão sendo compensadas com indenizações milionárias e generosas pensões – com direitos até para não nascidos - como ficam os que sofreram as conseqüências do terrorismo? Por esses motivos, a bem de esclarecer as novas gerações sobre a realidade do ocorrido, ou pelo menos para que tenham uma pontada de dúvida ao ler relatos históricos de terroristas, é que evidencio esses fatos.

Atenciosamente,

José Ricardo da Silveira
Foz do Iguaçu
Paraná

A Verdade Sufocada

.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Pronunciamento de GERSON CAMATA (PMDB - ES) Senado 12/03/08


Há um movimento nacional de organismos – e vou usar a palavra subversivos, bandidos – para desestabilizar a economia do Brasil. Eles são comandados pelo foro de São Paulo e pelas Farc. Estou dizendo aqui há cinco anos que as Farc estão atuando no Brasil. A Abin sabe que as Farc estão atuando no Brasil; a Abin sabe que as Farc estão matando mais no Brasil do que na Colômbia. Os jovens brasileiros estão morrendo em conseqüência do tráfico de cocaína que as Farc enfiam pelas fronteiras do Brasil. As armas que estão matando os jovens brasileiros são infiltradas pela fronteira, pelas Farc, e não se vê uma providência a ser tomada pelo Brasil.O Brasil, o contribuinte brasileiro, você, brasileiro, paga a Marinha mais cara da América Latina; paga o Exército mais caro e melhor aparelhado da América Latina; paga a Aeronáutica melhor aparelhada da América Latina e não recebe nada de volta. A fronteira do Brasil é um queijo cheio de buracos – entram armas, drogas, maconha. E o nosso Exército? Cheio de unidades no Rio e em São Paulo, aqueles quartéis precisam estar na divisa. Por que a Marinha não patrulha as nossas águas, onde são lançadas as armas para serem recolhidas pelos bandidos? Por que não vigiamos as nossas fronteiras? Por que temos as Forças Armadas mais poderosas da América Latina e ninguém nos respeita? Os paraguaios roubam as nossas armas, enchem o Brasil de maconha, metem contrabando para dentro do Brasil; a Bolívia faz a mesma coisa, a Colômbia faz isso também. E quem respeita o País?Temos de começar a pensar, pois as Farc atuam na divisa do Espírito Santo com Minas. Paralisaram os trens da Companhia Vale do Rio Doce. Trezentas mil toneladas, comprometendo o prestígio do Brasil no mercado internacional, de minério de ferro deixaram de ser embarcadas. Navios parados ao longo do litoral do Espírito Santo, congestionando os portos, aguardando serem abastecidos, Sr. Presidente. E mais, 2.500 passageiros da única ferrovia do Brasil que tem dois trens por dia, que liga Vitória a Belo Horizonte, que é uma ferrovia para a Companhia Vale do Rio Doce, deficitária, mas que serve ao fluxo de passageiros, 2.500 a 3.000 passageiros por dia, entre Belo Horizonte e todas aquelas cidades vizinhas ao longo do Rio Doce, que estão dentre Vitória e Belo Horizonte.E víamos na televisão, na estação ferroviária de Vitória e na estação ferroviária de Belo Horizonte – e é preciso dizer que são as pessoas mais humildes, porque a passagem de trem custa um terço da passagem de ônibus. Essas pessoas usam esses trens, gente humilde, que estavam indo ao médico, parados, passando fome, porque acabou o dinheiro deles. Foi preciso que a assistência social da Prefeitura de Cariacica se deslocasse ate à estação com lanche para aquelas pessoas paralisadas ali. O que essa gente ganha fazendo o pobre sofrer? Essa Via Campesina, esse MST, essas organizações marxistas, que desapareceram na Europa e nos países civilizados, nem na África existem mais, mas prosperam na América Latina. Quem é que mantém essa associação que um dia invade no Pará, noutro dia invade no Rio Grande do Sul? De onde vem esse volume de dinheiro para manter esses malandros fazendo baderna pelo País afora, desonrando o Brasil, fazendo que o País passe vergonha em âmbito nacional? Quem paga os aviões fretados dos índios de Aracruz – falsos índios – que vão para Europa, para porta dos concorrentes desfilar de tanga? Quem aluga esses aviões? Quem é que leva esses caras para Portugal, para a Suécia, para a Itália, para fazer dança na chuva na porta dos escritórios Aracruz Celulose, que é brasileira? Precisamos saber disso. Precisamos fazer uma CPI porque eles chegam aqui e rebentam, quebram os vidros do Congresso Nacional. Sabe o que aconteceu? Nada, Sr. Presidente. Param as estações de pedágio, quebram os computadores todos. Sabe o que acontece? Nada. Vão para a sede do Incra, arrebentam os computadores, quebram os vidros, destroem os escritórios. Sabe o que acontece? Nada. Que diabo de País é este em que não acontece nada com essa gente? Quem patrocina essa gente? Quem os abriga? Quem os defende? É na Justiça que está o problema ou na estrutura do País que está apodrecendo ideologicamente a favor dessas ideologias ultrapassadas, que não existem no mundo e que só o atraso do Brasil permite que existam aqui? Eu acho que isso é que merece uma CPI; isso precisa de uma CPI. Essas leis precisam ser mudadas, para que o brasileiro não fique cada vez mais passando vergonha aos olhos do mundo por ações antiquadas, ultrapassadas, orquestradas, bem pagas e, com a conivência de altas autoridades brasileiras, envergonhando o Brasil, fazendo mal aos brasileiros, diminuindo as oportunidades de investimentos, as oportunidades de trabalho para milhões de brasileiros. Eram essas as colocações que queria fazer, apresentando a solidariedade à Vale do Rio Doce, que está sendo perseguida por criar tantos empregos no Brasil.Como católico, eu tenho medo que alguns setores da Igreja Católica estejam metido nisso. Eu falei, aqui, há algum tempo, que estava assistindo a uma missa, em São Paulo, quando veio o padre e parou tudo para distribuir um folheto, no qual se pedia a reestatização da Vale. E, dentro da igreja, estava ali a Via Campesina. Eu me retirei de lá, pois se vai num domingo à igreja para rezar, fazer uma reconciliação com Deus e é agredido com uma coisa dessas! Será que a Igreja Católica está atrás dessas coisas? Um amigo meu disse outro dia: “Gerson, quando eu vou à missa, eu não dou mais contribuição, porque eu não sei, se esse dinheiro é para financiar o culto, se é para melhorar a minha igreja, ou se vai parar lá na mão de uma organização clandestina, comunista para fazer baderna, no Brasil, por trás de alguns sacerdotes da Igreja Católica”. Os bispos, a CNBB... Eu, que sou católico, tenho o direito de cobrar uma certa posição diante de certos extremismos, porque, no final, a gente vê que, lá por trás, há alguma ação de alguns padres que, desviados da doutrina de Jesus Cristo, partem para a doutrina marxista para agredir, atacar, semear a cizânia e o ódio entre os brasileiros. Isso não é função de quem é cristão. Muito obrigado, Sr. Presidente.

terça-feira, 11 de março de 2008

MST e Via Campesina praticam é terrorismo !

Reinaldo Azevedo
Achou forte o título, leitor? Vai ver eu faço parte da direita reacionária e troglodita que quer, como é mesmo que eles dizem?, “criminalizar os movimentos sociais”? E que nome se dá a grupos organizados, que partem para a ação direta, impedindo a produção, depredando o patrimônio, impedindo o direito de ir e vir de milhares, pondo a vida de terceiros em risco?Essa gente, afinal de contas, atende aos interesses de quem? Aqui é preciso prestar atenção a alguns detalhes. Será que eu acredito que o MST e a tal Via Campesina são um ensaio prévio de alguma revolução comunista no Brasil? Nem tanto. Acho que eles não chegam lá. A economia brasileira e a sua institucionalidade já passaram do ponto em que uma inflexão dessa natureza seria viável. O risco não é exatamente esse, mas não lhe é estranho.ATENÇÃO! O risco a que estamos submetidos, no governo do PT, é de enrijecimento da democracia, que começa a ficar sob a tutela dos tais “movimentos sociais”, aí incluído o sindicalismo. Não, caros! Essa ação do MST e da Via Campesina não é muito diferente do que o tal “Paulinho da Força” ameaça fazer com a imprensa. Estamos falando de um tempo em que aqueles que se julgam imbuídos de uma representação — que nada tem de universal; são porta-vozes de sua corporação — acham muito natural atropelar os limites legais para fazer valer aquilo que consideram um “direito”. Com desassombro, dizem estar lutando pela “legitimidade”, que entendem ser inimiga da legalidade. Como? Paulinho só quer a lei? Não! Ele declarou que pretende entrar com milhares de ações, nem que seja para perder. Quer mesmo é aporrinhar as suas vítimas.A exemplo dos sindicatos, quem é o MST? Estamos falando de sócios do poder. Aqueles, claro, são mais poderosos do que este. Mas não se enganem: os sem-terra e a tal Via Campesina são indústrias de ideologia, sustentadas com dinheiro público. Todos os recursos destinados à reforma agrária e à agricultura familiar passam, de algum modo, por aparelhos do MST, que têm o controle do Incra, por exemplo. Não se esqueçam de que o primeiro confronto dessa gente se dá com forças de segurança dos governos do estado. Lula, o Babalorixá, passa longe dos conflitos. Ele apenas corre para o abraço. Os governadores que se virem. O Apedeuta recebe os baderneiros em Palácio.E não são baderneiros quaisquer. São braços do petismo que sempre podem, e são, acionados quando o partido disputa espaço político com outras legendas. Vale dizer, transitam da legalidade para a ilegalidade e desta para aquela a depender das necessidades do regente: o PT.

Autor: Reinaldo Azevedo

Veja também:

JN- MST invade instalações da Vale no Maranhão





Jornal do Comércio - Sem-Terra bloqueiam ferrovia da Vale

.

A internacionalização do engodo (2)

Ler Parte 1

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 10 de março de 2008

“A violência no Brasil é um sintoma de um largo conjunto de problemas sociais” é o tipo da afirmação que não significa nada, com a ressalva de que o apelo às causas sociais remotas tem sido o mais constante pretexto para desestimular a ação policial contra o problema imediato, que é o fato de criminosos estarem vendendo drogas para as crianças nas escolas e matando a tiros cinqüenta mil brasileiros por ano.

Entre a pobreza e o crime, o vínculo não é direto nem logicamente necessário. O gráfico número 2, da mesma fonte, mostra que as áreas mais perigosas do Brasil são as mais prósperas, não as mais atrasadas. Ninguém sai por aí matando pessoas ou vendendo drogas simplesmente porque é pobre. Uma coisa não produz a outra sem a interferência de um terceiro elemento, este sim decisivo, tão decisivo que pode produzir o crime sem o auxílio da pobreza. Esse elemento chama-se ação humana, entendendo-se por este termo sobretudo a ação deliberada e organizada dos indivíduos e grupos que têm meios de influenciar a vida social como um conjunto, isto é, os intelectuais e os políticos. O primeiro desses grupos, como já venho demonstrando desde 1994, ocupa-se, há décadas, em disseminar nas classes letradas o ódio à polícia e a simpatia cúmplice para com os bandidos. No Brasil não existe literatura policial como nos EUA, na Inglaterra ou na França. Existe, sim, literatura de apologia do crime. A ela dedicam-se os melhores escritores do país e a multidão de seus imitadores medíocres. Durante muito tempo, esse estado de espírito vigorou apenas no restrito grêmio dos intelectuais esquerdistas, que se queixavam, com razão, de estar isolados da massa popular. A partir dos anos 70-80, a TV e o cinema passaram a servir de megafone para esse grupo, fazendo com que seus cacoetes mentais se disseminassem pela população em geral e acabassem se traduzindo em políticas públicas que ofereciam todas as facilidades para os delinqüentes, praticamente convidando os policiais a transformar-se em servidores do narcotráfico em vez de arriscar a vida num trabalho perigoso que só lhes rendia o ódio organizado dos bem-pensantes.
A ação política inspirada nesses contravalores foi inaugurada no Estado do Rio de Janeiro pelo governador Leonel Brizola, um velho amigo e colaborador de Fidel Castro. Brizola foi eleito com o apoio financeiro dos chefes do jogo ilegal, e depois os recompensou generosamente bloqueando qualquer ação policial nas favelas justamente a partir do momento em que eles entravam em peso no mercado das drogas. Naquela época, o Brasil ainda era um país ordeiro, no qual a violência carioca formava um contraste chocante. À medida que os similares de Brizola foram tomando o poder em vários estados do país e chegaram por fim a dominar o governo federal, aquilo que era um fenômeno local carioca espalhou-se pelo território nacional inteiro, sempre sob a proteção dos políticos esquerdistas e de uma legião de ONGs sustentadas por verbas públicas.
A reação do sr. Foley ao filme de José Padilha é tão extravagante e despropositada que, não vendo motivos racionais que a justifiquem, sai em busca de outras hipóteses. Não tive de procurar muito. Num artigo publicado dois dias depois no mesmo jornal, sob o título “Viva Lula”, o correspondente do Guardian revela seu entusiasmo pela pessoa do presidente brasileiro, um entusiasmo tão cego e fanático que o leva a negar peremptoriamente os fatos mais óbvios e bem provados:
“Veja, a bíblia da classe média brasileira, tem derramado um fluxo constante de bile e invectivas sobre o governo Lula. Este é repetidamente, e espuriamente, associado a Castro, a Chávez e aos guerrilheiros das Farc, e acusado de tentar subverter o Estado brasileiro.”
Ora, quem associa Lula às Farc e ao eixo Castro-Chavez não é Veja: são as atas que ele mesmo assinou como fundador e – por doze anos – presidente do Foro de São Paulo, o comando estratégico do movimento comunista na América Latina; e é também a palavra dele próprio, como se vê não apenas em um, mas em dois discursos que ele pronunciou já como presidente da República, nos quais confessa meticulosamente as atividades clandestinas que desenvolveu, com aqueles e com outros parceiros esquerdistas, no quadro do Foro de São Paulo. Já escrevi tanto sobre isso, e já dei tantas provas documentais, que nem agüento mais falar do assunto. E se Veja decidiu finalmente romper seu longo silêncio – contrastando, nisso, com o restante da grande mídia brasileira --, foi porque o acúmulo de provas que forneci a seu colunista Reinaldo Azevedo, homem sério e aberto à verdade, acabou por despertar nos donos da publicação alguns resíduos de escrupulosidade jornalística.
Todos os assessores de Lula sabem que ele não é bom em guardar segredos. O homem fala demais e por isso tem de viver cercado de amortecedores incumbidos de camuflar retroativamente o sentido de suas palavras. Que seus ajudantes diretos se ocupem desse serviço sujo, é deprimente mas é natural. O que singulariza o caso brasileiro é que toda a grande mídia, até mesmo a “de oposição”, consentiu voluntariamente em colaborar no mesmo empreendimento: não contente em ocultar por dezesseis anos a existência da mais poderosa organização política e revolucionária que já existiu na América Latina, encobriu até a confissão saída da própria boca do fundador e comandante da entidade. Autoconstituídos em serviço proteção à imagem presidencial, os maiores jornais e canais de TV do Brasil se tornaram ainda mais lulistas do que o próprio Lula.
O fenômeno, em si, já era espantoso. Nada de semelhante se observou jamais na história da mídia mundial. Com a entrada em cena do sr. Foley, o maior engodo jornalístico de todos os tempos conquistou um merecido upgrade, subindo à escala internacional. Afinal, por que só os brasileiros teriam o direito de ser ludibrados?
Autor Olavo de Carvalho
Ler Parte 1
.

Graça Salgueiro - O Computador de Reyes - Parte 2

Por Graça Salgueiro

É curioso como se passam as coisas aqui no Brasil. Até meados do ano passado, encontrar uma notícia por mais minúscula que fosse nos jornais de grande circulação falando sobre as FARC ou o Foro de São Paulo, era algo tão plausível quanto colher bananas em uma jaqueira. Depois que Chávez começou com o circo macabro das “trocas humanitárias”, todo dia saía uma notícia, uma denúncia e pela internet então, choviam pps mostrando a realidade cotidiana do povo colombiano farto do terrorismo das FARC e ELN mas que ninguém no Brasil se importava em saber, afinal, nós “não temos” terroristas, como alegou Herrrrr Tarso Genro. A partir daí, como se fosse uma revelação divina, vários jornalistas de esquerda que criminosamente ocultaram estas informações por décadas do leitor brasileiro, notadamente com relação ao Foro de São Paulo do qual as FARC são membros e cujos fundadores são Lula e Fidel, de repente resolveram falar no assunto porque agora esta organização comunista (FSP) não oferece mais risco, pois já está consolidada com 9 presidentes eleitos democraticamente na América Latina.


Depois que Chávez e Correa romperam relações diplomáticas com a Colômbia e o bufão de Miraflores ameaçava um guerra, até a “Rede Pravda de Televisão” (Ooops! Rede Globo) noticiou os fatos. Com o fim da farsa e o reatamento das relações entre Colômbia, Equador e Venezuela, os jornais aos poucos vão jogando no limbo o assunto outra vez, até que desapareça da memória do povo completamente. O que os “companheiros de viagem” queriam divulgar era a “magnanimidade” de Chávez e a periculosidade de Uribe, que sem piedade massacrou pessoas indefesas enquanto dormiam num modesto acampamento de jovens escoteiros, com o auxílio do belicoso império, claro. E não se fala mais nisso; os colombianos que se virem porque o problema “é deles”, como me dizem há quase 10 anos.


Na edição de ontem eu insinuei (porque há tempo havia recebido informações que levavam a crer) que a senadora colombiana, Piedad Córdoba, pleiteava candidatar-se à presidência da Colômbia em 2010 e que teria apoio das FARC. Hoje o Notalatina confirma, através de mais mensagens encontradas nos computadores de Raúl Reyes que me chegaram ontem à noite. Há, além desta informação, outras muito graves que são confissões de culpa de crimes cometidos e negados perante o governo Uribe, além de evidências comprometedoras do envolvimento deste bando terrorista com os governos da Venezuela e Equador, e uma revelação surpreendente de um “colaborador” que não vou dizer o nome; leiam até o final para descobrir quem é. Como não estão em ordem cronológica, escolhi aquelas mais relevantes que seguem com comentários meus.
Fiquem com Deus e até a próxima!


Seis dias depois do atentado ao clube “El Nogal” de Bogotá, reiteradamente desmentido, Raúl Reyes escreve ao Secretariado sobre o “formidável ataque ao El Nogal” no qual morreram 36 pessoas e 100 ficaram feridas. Com esta mensagem não resta mais nenhuma dúvida da autoria do crime por parte das FARC.


13 de fevereiro de 2003


Camaradas do Secretariado. Vai minha saudação comunista.
Adiciono análise da nota recebida de Lozano. Acho acertada nossa análise quanto ao evidente desespero de Uribe e da cúpula militar, pela ausência de resultados e das crescentes pressões... Considero pertinente de nossa parte estudar a conveniência política de negar responsabilidade na formidável ação sobre El Nogal, para fazer crer ao Estado, ao governo e aos gringos maiores contradições internas aproveitando que os serviços de inteligência não foram capazes de deter ninguém, nem possuem outras provas contra as FARC. É tudo.
Um abraço. Raúl.


Quize dias depois do assasinato de Liliana, irmã do ex-presidente César Gaviria Trujillo, Manuel Marulanda ‘Tirofijo’, que se identifica com as siglas JE, reconhece que foram as FARC que cometeram o crime.


13 de maio de 2006


Camaradas do Secretariado: Saúdo-os cordialmente e ao mesmo tempo para comentar-lhes o seguinte:
A proposta de fazer um comunicado relacionado com a morte da irmã do ex-presidente Gaviria é bom, porém não estou em antecedente para dar opiniões. Só estou certo que o pleno de 2000 deixou como conclusão em seus planos o justiçamento de chefes políticos comprometidos na guerra contra o povo.
Sem mais, JE (‘Tirofijo’).


Quatro dias depois do crime contra os 11 deputados colombianos seqüestrados em 2002 e assassinados em 2007, que as FARC cinicamente disseram que foram “mortos em combate”, ‘Tirofijo’ escreve ao Secretariado para planejar o modo como vão informar o crime e “sair-se bem”.


22 de junho de 2007


Camaradas do Secretariado:
Creio que já tiveram a oportunidade de conhecer minhas opiniões enviadas ao camarada Alfonso span >>(Cano – um dos cabeças das FARC) com motivo do ocorrido para ver se entre todos conseguimos encontrar uma saída mais compreensível para o público e familiares, na qual morreram todos eles e se o segredo se mantém até o momento, me surgem duas propostas: a primeira é aprazar o comunicado por longo tempo até quando as duas partes estejam sentadas na mesa falando do tema do intercâmbio. A segunda, informar que a guarda dos prisioneiros desertou junto com eles e em sua perseguição por uma companhia caíram todos em meio do combate, cujos cadáveres estamos dispostos a entregar aos familiares (e foi exatamente isto que estes assassinos fizeram e a televisão mostrou), tendo em conta que os refrões dizem: “que estas são pisadas de afogado”. Porque os fatos são os fatos.
Confirmar a presença de operativos conjuntos exércitos-paras, etc. contra as FARC na região e de nossa parte mantendo o segredo inicial e ao mesmo tempo sustentando a versão de que uma força desconhecida assaltou o acampamento, onde mostremos o local da entrada e saída do grupo assaltante; nos salvamos, não importa o tipo de especialista em investigações. Isso quer dizer que se você, Alfonso, antes de permitir a entrada de comissões humanitárias para receber os restos dos deputados organiza e planeja tudo bem para efeito de investigações, sairemos bem livres apesar de semelhante campanha.


Seguem duas cartas: uma de Raúl e outra de Tirofijo, fazendo referência à Piedad Córdoba e ao “plano estratégico” que é a entrega de US$ 300 milhões por parte de Chávez às FARC, ambas no fim do ano passado. É nesta carta que o próprio Marulanda Tirofijo dá seu apoio à candidatura da Piedad Córdoba à presidência da República. Isto prova que as ligações entre Chávez e as FARC vão muito além de interesses “humanitários”.


23 de setembro de 2007


Camarada JE, camaradas do Secretariado: Saudação franternal.
Não tenho objeções e nem contribuições à nova carta do camarada para Chávez. De alta política chamá-lo para trabalhar em conjunto com as FARC.
Retifico minha proposta de delegar o camarada Iván Márquez para que em representação do Secretariado e acompanhado de Marco León ou Santrich, participe da entrevista clandestina com o presidente Chávez, com a missão de expor o plano estratégico...
Piedad me contou, pedindo nossa confidencialidade, que Chávez contribuiu para obras sociais em seu estado com 100 milhões. Se for assim, não seria descartável nós conseguirmos os 250 milhões do Plano.

Abraços Raúl.


20 de novembro de 2007


Camaradas Secretariado:
Saúdo-os cordialmente e ao mesmo tempo para o seguinte:
A informação enviada pelo camarada Iván M., assinalando os resultados do encontro na Venezuela com o presidente Chávez, Piedad e finalmente com Gabino são elementos indispensáveis de analisar por todo o Secretariado com suficiente atenção...
Em minha opinião, o objetivo fundamental consiste em melhorar e consolidar relações políticas e de boa vizinhança de acordo com as instruções e cisrcunstâncias do momento, a curto ou longo prazo; complemento ao Plano Estratégico se cumpriram no aspecto político e econômico com a contribuição de (300). Faltando estabelecer as condições se é um empréstimo ou por solidariedade, o que resolve um sério problema estratégico na luta contra a agressão gringa na cabeça de Uribe e à primeira vista dá a impressão que o homem está interessado em contribuir na causa bolivariana das FARC para conseguir fortalecer seu projeto geopolítico em vários países...
Agora vejamos a segunda parte relacionada com o intercâmbio humanitário... Creio que se conseguirmos e assim o espero, oxigenar o presidente Chávez o quanto antes possível com as provas de sobrevivência, vamos sair fortalecidos com sua ajuda independentemente se consiguimos ou não o intercâmbio.
Com respeito ao trabalho realizado por Piedad C. como facilitadora é importante e saudável por suas gestões e digno de ter em conta como aliada na luta para conseguir a liberdade dos prisioneiros de ambas as partes, inclusive Simón e Sonia, sem esquecer que ela é uma líder fiel ao partido liberal embora se o merece, anda buscando protagonismo e dividendos políticos para seu partido em uma futura campanha presidencial. Se ela na conveção liberal resultasse eleita como candidata de seu partido, teria a possibilidade de ser presidente da Colômbia com o nosso apoio. (...)
Na carta enviada por Piedad ao camarada Raúl, vejo esta mulher como amiga e trabalhadora pelo intercâmbio em união com o presidente Chávez, a quem adora profundamente, tem uma grande facilidade mental e de linguagem até para nomeá-la como chefe de aves de rapina aspirante à Presidência da República.


Como se pôde constatar, esta víbora comuna e moralmente desqualificada aproveita-se da miséria humana dos seqüestrados e de seus familiares debilitados emocionalmente, para impulsionar sua candidatura à presidência da Colômbia, com o falso argumento, também usado por Chávez e Correa, de “ajuda humanitária”.


E aqui a parte mais surpreendente. Não é nenhuma novidade que Gabriel García Márquez é comuna, que idolatra Fidel Castro (mas não quer morar na Ilha) e defende todos os projetos esquerdistas. Agora, que ele fez contato recentemente com o ELN e as FARC, para servir de intermediário entra as duas facções narco-terorristas, foi uma surpresa enorme. De fato, lembro de ter lido sobre a possibilidade desses dois bandos narco-terroristas se unirem num só, mas nunca acreditei que viesse a se concretizar pois nenhum deles iria querer perder suas posições de chefia e liderança na região. Vejam esta comunicação feita por Alfonso Cano, em agosto do ano passado.


23 de agosto de 2007


Camaradas do Secretariado. Minha saudação.

O ELN está muito interessado em terminar a guerra com as FARC e quer começar solicitando informação acerca de quais unidades do ELN estão aliadas com os paramilitares contra as FARC, para o Coce dar as instruções e ordens que possibilitem encerrar essas alianças. Apesar de que as conversações que o ELN teve com Iván Márquez, não foi (sic) muito fraterna nem fluida, o ELN quer que as FARC saibam que o ELN não será nunca martelo, nem aríete contra as FARC. Que o melhor que pode ocorrer é um caminho unido entre as duas organizações para uma negociação política.
Os democratas dos USA, na Colômbia, que antes estavam na Venezuela, dizem ter uma clara postura para uma negociação política com as FARC. García Márquez está encarregado dessa intermediação com as FARC por conta dos USA e estes querem que o Panamá seja o país através do qual se fale com as FARC. Para isso, García Márquez já transmitiu essa solicitação a Torrijos e este aceitou. Clinton disse a García Márquez, em Cartagena: “quero ter uma tarefa pessoal Quero ajudar a Colômbia. É preciso buscar um acordo com as FARC”. O senador McGovern disse a García Márquez que Bush quer fazer da Colômbia o que era a Alemanha Ocidental frente à Europa socialista e é preciso impedí-lo. Disse além disso que o analista político especialista em Colômbia dos democratas é Adam Isackson.
Alfonso Cano.

Comentários e traduções: Graça Salgueiro

.

Graça Salgueiro - O Computador de Reyes - Parte 1

Por Graça Salgueiro

Na última edição do Notalatina eu comparei Rafael Correa com uma prostituta com décadas de bordel que se ofende com um gesto vulgar de um cliente, como se se tratasse de uma donzela pudica; e não exagerava. Ocorre que a Interpol em Bogotá informou que em 27 de junho de 2007 enviou às autoridades equatorianas a informação de que Raúl Reyes estava na localidade de Santa Rosa de Sucumbíos, Equador, exatamente onde foi encontrado o acampamento – que nada tinha de provisório, como ficou demonstrado na edição passada – onde foram abatidos Raúl Reyes e mais 17 terroristas (ver gráfico da operação).


Ainda compondo esta alegoria – da prostituta ofendida -, some-se o “barraco” armado por Correa alegando invasão da soberania territorial do seu país, para promover um “massacre a pessoas indefesas enquanto dormiam”. Outra mentira descabida porque, em primeiro lugar, não eram “pessoas indefesas” mas terroristas sanguinários fortemente armados e que travaram combate corpo-a-corpo com os militares colombianos, como pode-se ouvir nas rajadas de metralhadoras neste vídeo liberado pelo Ministério de Defesa da Colômbia, feito no momento da invasão ao acampamento pelos próprios militares da “Operação Fenix”. Segundo o comunicado emitido pelo Ministério da Defesa colombiano, “Com as coordenadas, a Força Aérea Colombiana procedeu a atacar o acampamento desde o lado colombiano, tendo sempre em conta a ordem de não violar o espaço aéreo equatoriano”. O embaixador da Colômbia ante a OEA, Camilo Ospina, confirmou: “As bombas foram disparadas da Colômbia, a uma distância aproximadamente entre 3 a 5 milhas da fronteira”.


E o cúmulo do cinismo da vestal ofendida de que não sabia de nada - como um certo ‘cumpanhêro’ do Foro de São Paulo -, fica demonstrado nesta correspondência de Raúl Reyes para os camaradas do Secretariado das FARC, datada de 18 de janeiro de 2008, da qual destaco alguns pontos (com a numeração constante na correspondência):


2. “Atendemos visita do Ministro de Segurança do Equador, Gustavo Larrea, doravante ‘Juan’, que em nome do presidente Correa trouxe saudações para o Camarada Marulanda e o Secretariado”. Expôs o seguinte:
1. Interesse do presidente de oficializar as relações com a direção das FARC através de Juan;
4. Ratificam sua decisão política de negar-se a participar do conflito interno da Colômbia com apoios ao governo de Uribe. Para eles, as FARC são organização insurgente do povo...;
11. Solicitam de nosso chefe e do secretariado uma contribuição que impulsione sua gestão em favor da permuta, que pode ser entregue ao presidente Correa, o filho do professor Moncayo ou algo que permita dinamizar seu trabalho político;
12. Dariam documentação e proteção a um nosso, para que adiante em seu país o trabalho de relacionamento, que a seu critério deve ser discreto por riscos de uma captura ou assassinato por parte de agente de Uribe”.


Chega. Este moleque cínico manda um seu ministro negociar com o chefão das FARC – levando saudações -, objetivando unicamente melhorar sua imagem política; afirma interesse em estreitar relações com o bando terrorista; oferece documentos falsos para que um terrorista transite legalmente entre seus compatriotas e depois quer posar de vítima agredida nessa história sórdida e imoral? E este sujeitinho abjeto não tem um pingo de constrangimento em usar a vida um refém para fins pessoais e ainda tem a cara de pau de chamar isto de “gesto humanitário”?


A farsa do “não sabia” não pára por aí. Na terça-feira passada o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, fez uma intervenção no Senado daquele país para explicar o caso da “violação do território equatoriano” e informou a quantidade de vezes que notificou as autoridades equatorianas sobre a presença das FARC em seu país. Segundo Santos, desde o ano de 2004 documentaram-se 39 casos nos quais membros das FARC atacaram a Força Pública colombiana desde o outro lado da fronteira. Neles, resultaram mortos 20 soldados e policiais, 16 feridos e 1 soldado foi seqüestrado. O mais grave foi o ataque a Teteyé, Putumayo.


Desde 2006 até a presente data, foram enviadas 11 cartas através da COMBIFRON (Comissão Binacional de Fronteira – integrado por policiais, militares e representantes das chancelarias do Equador e Colômbia) ao governo equatoriano sobre a presença das FARC nesse país, ou do ataque a membros das Forças Militares e Polícia da Colômbia. O Equador negou essa presença e em outras ocasiões sequer respondeu. O governo colombiano enviou 10 comunicações a autoridades equatorianas e 16 notificações, todas elas sobre a presença das FARC naquele país mas só algumas foram respondidas. O Ministério de Relações Exteriores da Colômbia enviou 8 comunicações, a primeira datada de 13 de abril de 2007 e a última de 25 de fevereiro de 2008; uma delas é sobre o ataque a membros da Polícia em Puente Internacional Río San Miguel, desde o Equador. A Armada também registrou contatos desde o lado equatoriano: 31 informes desde abril de 2004, até 4 de fevereiro de 2008. Observem que as datas dos últimos informes, tanto da chancelaria quanto da Armada, são posteriores ao contato de “Juan” (Gustavo Larrea) com as FARC e, ainda assim, Correa nega seus vínculos com o bando terrorista e alega que não sabia de nada.


Então veio a XX Cúpula de Presidentes do Grupo do Rio e os fanfarrões Correa & Chávez começam a baixar o tom, a ficar pianinho, pianinho depois que Uribe ameaçou denunciar Chávez perante a Corte Penal Internacional. Chávez pode ser tudo menos burro. Ele sabe que as acusações que pesam sobre ele, depois de conhecidos os documentos constantes dos computadores de Raúl Reyes, são gravíssimas e ele poderia ser condenado. Vejam estes dois vídeos: num deles o governador de Maracaibo, Giancarlo Di Martino, entregando suprimentos a guerrilheiros do ELN como se fossem de fato amigos; isto não foi noticiado no Brasil e na Venezuela o caso foi rapidamente abafado. O outro é de um guerrilheiro desertor, de codinome “Argemiro”, contando que parte dos fuzis AK 47 comprados por Chávez, foram para prover as guerrilhas das FARC. Ambos os fatos ocorreram no começo deste ano.


Chávez deve ter falado para seu boneco de ventríloco, Correa, que a situação deles estava insustentável então, depois de vociferar uma montanha de ameaças e imprecações no primeiro momento da Cúpula (faço aqui um parênteses: o mundo inteiro noticiou que Chávez havia mandado tropas e tanques para as fronteiras com a Colômbia, mas um repórter da CNN em Espanhol disse na sexta-feira passada, que visitou todas as cidades fronteiriças e a única coisa que houve foi o fechamento das fronteiras; os moradores não viram um só soldado, muito menos guarnições ou tanques. Outra basófia do fanfarrão!), quando Uribe teve direito à réplica colocando muito competentemente os pingos nos “ii”, apareceu um novo Chávez, todo conciliador e amigo, dizendo: “Vamos, homem, resolvamos isto e vejamos como completamos a troca humanitária!”. Mesmo assim, fez algumas solicitações e justificativas tentando tapar o sol com a peneira. Acusou o governo de Bush de estar por trás do conflito porque está de olho no petróleo da Faixa do Orinoco; pediu a Rafael Correa para se envolver na troca humanitária porque ‘podia ser que alguns dos seqüestrados fossem libertados no Equador’ (e não foi isto exatamente que foi pedir o “camarada Juan” a Marulanda?); que sendo soldado patrulhou em território colombiano porque as tropas venezuelanas participavam do conflito com as FARC.


Em outro momento Chávez diz que vai pedir às FARC que deixem a guerrilha para poder se transformar em partido político. Esta é uma jogada infame que nem Uribe nem a OEA podem aceitar porque, como partido político, este bando terrorista passa a ser uma organização legal e ter reconhecimento internacional mas vão continuar com o tráfico de drogas, o aliciamento de menores e tampouco vão abandonar a guerrilha. O plano é macabro e pretende lançar a candidatura à Presidência da República da Colômbia em 2010, da desqualificada “bolivariana” senadora Piedad Córdoba – que recebeu do próprio Chávez a nacionalização como venezuelana -, com o apoio das FARC já como partido político legal.


Depois disso o clima no encontro passou a ser o de “conciliação” com Chávez, Correa e Uribe se cumprimentando, selando o fim do conflito. Entretanto, o documento final da cúpula incluía um pedido formal de desculpas da Colômbia porém sem a condenação explícita do resto dos países. Segundo o texto, “a presença das FARC no território equatoriano era clandestina”. Parece uma boa solução mas os grandes vencedores deste conflito foram Correa e Chávez, uma vez que Uribe prometeu esquecer a ameaça de denunciar Chávez ante a Corte Penal Internacional. Não resta dúvida de que houve uma costura bem feita em que Uribe conseguiu evitar – por agora – uma guerra civil no continente que poderia ter conseqüências muito imprevisíveis, considerando que ele está praticamente isolado por não pertencer ao Foro de São Paulo, na verdade, o grande interessado nesse conflito e em proteger e promover criminosos narco-terroristas. Ficou claro, também, a superioridade de Uribe - em todos os sentidos –, mostrando que a Colômbia sim, tem um estadista, um homem digno, corajoso e firme do qual todos devem se orgulhar.


A nota dissonante (para alguns) nesse imbroglio, é a postura do Brasil ante fatos tão graves que quase nos levaram a uma guerra de conseqüências imprevisíveis. Amorim, o chanceler escalado para posar de pacificador, preferiu ficar em cima do muro mas deixando um recado meio velado a Bush de que “este é um conflito regional” onde os Estados Unidos não devem se meter. Ao lado disso, Lula foi o único presidente do bloco do Grupo do Rio que preferiu amenidades a ter que enfrentar a situação com um homem: acovardou-se solenemente porque ali não haveria como esconder suas preferências pelos parceiros no Foro de São Paulo – Chávez, Correa, Ortega -, mas também não poderia se queimar perante o mundo negando apoio a “meu amigo Uribe”. Covardia, omissão vergonhosa, cumplicidade com o narco-terrorismo, são as únicas justificativas que encontro; aliás, ficou visivel na fisionomia constrangida de Lula ao receber Correa em sua visita relâmpago ao Brasil, sem poder condenar oficialmente o governo da Colômbia.


E quando eu estava fechando esta edição recebi de um amigo uma matéria publicada hoje, pelo jornal El Universal, informando que documentos encontrados nos computadores de Raúl Reyes revelam prováveis vínculos das FARC na campanha eleitoral de Correa em novembro de 2006. Lembro que na ocasião eu afirmei minha certeza na vitória deste candidato porque ele, como tantos outros esquerdistas da América Latina, era o candidato do Foro de São Paulo e, conseqüentemente, das FARC. Uma das cartas encontradas é datada de 17 de setembro de 2006, antes do primeiro turno, cuja eleição ocorreu em 15 de outubro desse ano.


Segundo a publicação, trata-se de uma carta enviada por Raúl Reyes a Tirofijo em que o guerrilheiro ‘02” diz: “em nota enviada ao Secretariado explico sobre a ajuda à campanha de Rafael Correa de acordo com sua instrução”. Outra carta, datada de 12 de outubro de 2006, é uma enviada por Marulanda a Reyes, em que este indica que “o Secretariado está de acordo em proporcionar a ajuda aos amigos do Equador”. E mais adiante “A minha (de Marulanda) proposta foi a de 20.000 dólares, Jorge (seria Briceño, o “Mono Jojoy”?) propõe 100.000 dólares e oferece 50.000 e me autorizou para consegui-los com Joaquín (Joaquín Gómez, substituto de Reyes?) e fazê-los chegar até você. Se você tem a possibilidade de consegui-los emprestado com uma Frente [das FARC] enquanto começamos a fazê-los chegar para reembolsá-los, melhor. Aos amigos lhes pode fazer saber imediatamente antes que seja tarde, a quantia da ajuda e com esta notícia eles podem trabalhar conseguindo um empréstimo enquanto chega o nosso para cancelar o empréstimo”, acrescenta o chefe máximo da guerrilha.


Uma dessas cartas foi lida por Uribe durante a cúpula, de frente para Correa, que de imediato rechaçou a versão qualificando-a de “infâmia”. Bem, espernear é fácil; quero ver provar que é mentira, pois amanhã chegam membros da Interpol de várias partes do mundo para analisar a autenticidade dos documentos encontrados nos computadores de terrorista Raúl Reyes. Bem, será que vão encontrar também as doações que Oliverio Medina teria supostamente feito ao PT, para a eleição de Lula em 2002? Se calhar, foi por isso – além de serem “cumpanhêros” no Foro de São Paulo – que o governo brasileiro concedeu status de “refugiado político” a este terrorista criminoso das FARC...
Fiquem com Deus e até a próxima!

Autor: Graça Salgueiro

.