sexta-feira, 28 de março de 2008

Urânio das FARC - Parte 2

Raúl Reyes caiu no conto do vigário?

Cientistas questionam suposta operação das Farc com urânio Washington, 19 mar (EFE).- Vários cientistas citados hoje pelo jornal "The Washington Times" demonstraram ceticismo sobre uma suposta operação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para vender urânio, com o qual fabricariam uma bomba.
O jornal publica hoje um e-mail entre dirigentes das Farc no qual se fala em urânio, mas também divulga opiniões de especialistas que minimizam tanto o risco real decorrente do fato de a guerrilha possuir 50 quilos do metal, quanto o preço suposto por sua venda: US$ 2,5 milhões.
O e-mail é um dos conteúdos dos computadores apreendidos por militares colombianos em um acampamento das Farc em território colombiano, atacado em 1° de março.
Segundo os cientistas consultados, o urânio não enriquecido "não pode ser utilizado para uma arma nuclear", não é muito útil para a fabricação de uma "bomba suja" e meio quilo custa apenas cerca de US$ 100.
Matthew Bunn, especialista em assuntos nucleares da Universidade de Harvard, disse ao "The Washington Times" que o e-mail contém "indícios consideráveis de que se tratava de algum tipo de fraude, porque o citado preço de US$ 2,5 milhões por quilo é aproximadamente dez mil vezes mais do que vale o urânio em seu estado natural".
"Isto sugere que as pessoas das Farc envolvidas neste assunto sabiam muito pouco sobre o tema", disse Bunn ao jornal.
O e-mail publicado pelo "Washington Times" supostamente foi escrito em 16 de fevereiro por Edgar Tovar, um comandante regional das Farc, e dirigido a "Raúl Reyes", porta-voz da guerrilha que morreu na incursão colombiana em território equatoriano em 1º de março.
Tovar menciona no e-mail um homem em Bogotá, identificado apenas pelo nome de Belisario, que, afirma, "vende explosivos que nós preparamos", e acrescenta que deveria ser um negócio com um Governo.
Ivan Oelrich, da Federação de Cientistas Americanos, disse ao "Washington Times" que é pouco provável que os rebeldes estivessem falando de urânio para fabricar uma bomba nuclear.
O urânio em seu estado natural é um metal pesado com pouquíssima radioatividade, embora contenha pequenos traços de um isótopo pouco comum que contribui à reação em cadeia de uma bomba nuclear.
Segundo Oelrich, somente se fossem pedidas quantidades maiores, pelo menos cem vezes a mais que as Farc supostamente pretendiam vender, seria possível extrair suficiente quantidade de isótopos para uma ou duas bombas nucleares, e se trata de um processo técnico e industrial muito complexo.
Steve Kidd, um cientista da Associação Mundial Nuclear, em Londres, ressaltou que este tipo de urânio "seria inútil para uma bomba radioativa". EFE mp/mac/db

Fonte: Yahoo

Mas se Rául Reyes caiu no conto do vigário e este urânio é um mineral comum, então o que Rául Reyes foi fazer na Romênia, em janeiro?

Os agentes do M 16, divisão de serviços secretos de inteligencia británicos, declararam que Rául Reyes, usando nome falso e passaporte venezuelano, fez uma viagem clandestina a Bucarest, capital da Romênia, em janeiro, onde encontrou-se com Semyon Yukovich Mogilevich, lider terrorista romeno do grupo Sol Naciente, parceiro da al-Qaeda, com o objetivo de comprar urânio roubado da ex-União Soviética.
Fonte: El Espectador

Não acredito, como acusam os defensores das FARC, que esse urânio seja uma fraude do "Império Americano" e que foi "plantado" com a intenção de justificar uma intervenção na América Latina como fizeram com o Iraque e as supostas armas nucleares de Sadam.

Por outro lado, tem que ser muito besta para acreditar que as FARC estariam tentando fazer uma bomba atômica e que teriam algum reator nuclear escondido em alguma caverna no meio da floresta amazônica.

Se Rául Reyes, em janeiro, foi tentar comprar(ou comprou) Urânio com a turma do Bin Laden, não iria, no mês seguinte comprar gato por lebre, por email, do tal de Belisario.

Acho muito provável que as FARC estivessem tentando adquirir urânio para trocar por armas, mas daí o M 16 estaria errado; ele teria ido para a Romênia para comprar armas e não Urânio. Talvez Mogilevich tenha imposto o urânio como forma de pagamento pelas armas. Seria a única explicação, pois a data do email é posterior a data da viagem de Rául Reyes.

Concluindo, entre as 3 noticias - o email, a viagem de Reyes e o urânio encontrado - uma delas é mentirosa, se não inteira, pelo menos em parte.

Provavelmente a verdade só apareça quando pegarem o tal Belisario que está sendo caçado pelas autoridades colombianas.


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