quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

STF: Lula poderá ter de devolver Battisti


Cesare Battisti: para ministros, se o presidente Lula decidir mantê-lo aqui, poderá ser responsabilizado por essa decisão.


O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem retificar a proclamação do resultado do julgamento da extradição de Cesare Battisti. Os ministros reiteraram que continua com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a última palavra sobre a extradição de Battisti, mas entendem que o presidente pode vir a ser responsabilizado se decidir manter Battisti no Brasil – e, dessa forma, descumprir o tratado de extradição assinado com a Itália.

Segundo o advogado do governo italiano, Nabor Bulhões, Lula será obrigado a entregar o ex-ativista italiano Battisti para o governo da Itália. Para Bulhões, "depois dessa decisão, Lula pode apenas adiar a entrega de Battisti, sob a alegação de que ele responde a um processo no Brasil. Mas se negar a entregá-lo, isso nunca".

Reviravolta – No julgamento do dia 18 de novembro, por 5 votos a 4 os ministros do STF autorizaram a extradição do italiano. Pelo mesmo placar deixaram a decisão final para o presidente Lula.

Na tarde de ontem, durante uma sessão tensa, introduziram uma alteração inesperada na proclamação do resultado do julgamento encerrado em novembro, o que abriu brecha para que uma eventual decisão contrária à extradição seja alvo de contestação no STF.

A mudança foi definida como "virada de mesa" pelo ministro Marco Aurélio Mello. Para ele, o questionamento é uma manobra do governo italiano para forçar o presidente Lula a entregar o terrorista.

"O que pretende o governo [italiano] é uma virada de mesa. [...] Não se pode reabrir o julgamento, ainda que se tenha um conflito entre fundamentos e dispositivos. A segurança jurídica é básica no estado democrático de Direito. Não podemos ficar depois de um julgamento reabrindo em sessões subsequentes o que foi assentado de forma correta ou não pelo plenário", disse.

A retificação do resultado ocorreu depois de o ministro Eros Grau esclarecer que em seu voto defendia que a decisão final fosse do presidente da República. Mas ponderou que Lula terá de respeitar os termos do tratado de extradição entre Brasil e Itália, que foi firmado em 1989.

"Lula terá de observar o tratado. O que vier a acontecer será objeto de outro processo ou não", disse Eros Grau. Ele ainda esclareceu que seu voto diz que o presidente tem de respeitar os termos do tratado de extradição: "No meu entender, o ato não é discricionário, porém, há de ser praticado nos termos do direito convencional. Não existe dúvida quanto a esse ponto. Votei com os ministros Marco Aurélio, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia e Ayres Britto com a decisão de que o Supremo autoriza e quem vai executar ou não é o presidente da República".

Proclamada a reforma, a ata registrará agora apenas que o presidente da República não estará vinculado à decisão do STF pela extradição.
O texto não trata mais da "discricionariedade" – ou permissão do presidente da República em descumprir a ordem. Com a retificação do voto de Eros, a decisão de Lula deixa de ser totalmente livre. Ele passa a ter de respeitar o tratado.

Para o relator do caso, ministro Cezar Peluso, ainda não dá para avaliar as consequências: "A decisão não vincula o presidente da República a cumprir a decisão do STF de extraditar Battisti. As consequências disso são outro capítulo".
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Como ganhar a eleição "democraticamente".



O TSE vai às compras

O Tribunal Superior Eleitoral deve cumprir a meta de fazer com que, nas eleições de 2010, 3% do eleitorado brasileiro vote em urnas com identificação biométrica. No dia 19 de março deste ano, depois de uma audiência com o Presidente da República, o próprio presidente do TSE estimou em 4 milhões o número de eleitores que usarão estas urnas.

Como as nossas seções eleitorais têm perto de 400 eleitores por urna – façamos a conta com 250 votantes por urnas, pois em muitas não se chega àquele número – seriam necessárias, portanto, 16 mil urnas. Com reserva técnica, digamos, 20 mil urnas seriam necessárias.
Ocorre que o Tribunal já tem 83 mil urnas com essa características. E abriu licitação para a compra de mais 250 mil!

Por que?

A pergunta – perguntar não ofende – é uma das contidas na petição que a advogada Maria Aparecida Cortiz, representante do PDT no Tribunal Superior Eleitoral, encaminhou ao ministro Carlos Ayres de Brito, presidente da instituição, explicações sobre quatro licitações em andamento – voltadas para as eleições de 2010 – que apresentam números que “impressionam pela quantidade”.

Além da compra de 250 mil novas urnas eletrônicas com identificação biométrica do eleitor, o TSE quer contratar a manutenção de outras 340 mil urnas e, ainda, adquirir 1,2 milhões de disquetes e 100 mil baterias.

A advogada pergunta por que razão, mesmo com o descarte 84 mil urnas do modelo 98,o TSE deseja comprar tantas urnas, totalizando 650 mil máquinas em seu poder, quando só necessita de 450 mil por eleição.

Segundo a petição, ficam sobrando urnas,exatamente “200 mil que não serão utilizadas nem mesmo como reserva para contingências”. E a pergunta é por que o TSE pretende contratar a manutenção de 340 mil urnas se 200 mil delas não serão mais usadas pelo tribunal, já que pretende substituí-las por equipamentos mais novos.

Outra questão levantada é a razão da compra de mais 1,16 milhão de disquetes se apenas 200 mil urnas deverão utilizá-los em 2010, e só é necessário um por urna. As urnas novas, segundo determinação do próprio TSE, deverão vir equipadas com pendrives no lugar dos disquetes.
Brizola Neto


Se a dilma-boi-de-piranha ganhar as eleições, tá explicado...

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Esquerda inteligente, mas é em Portugal.

Enquanto a maior parte da esquerda mundial vai se alinhando com a ecomilitancia, em Portugal ela começa a tomar outro rumo.




Acerca da impostura global

Alguns leitores têm indagado porque resistir.info tem dado tanta ênfase à denúncia desse mítico aquecimento global, o qual seria um problema aparentemente esotérico e afastado dos objectivos deste sítio web. Alguns deles chegaram mesmo a dizer que tal denúncia afastar-se-ia da posição "de esquerda", pois publicações e personalidades progressistas (como a Monthly Review e Fidel Castro) têm endossado as preocupações aquecimentistas. Por essa razão, convém dar alguns esclarecimentos, estabelecer alguns factos e fazer algumas precisões.

Comecemos pelos factos que consideramos estabelecidos:

1) O dióxido de carbono não é um gás tóxico e nem tão pouco poluente. As suas emissões são o resultado inevitável e necessário de toda e qualquer combustão de compostos de carbono (como refinados de petróleo, carvões, gás natural, etc). Trata-se além disso de um gás indispensável à vida na Terra pois ao respirar todos os seres vivos inspiram uma mistura de oxigénio e CO2, expirando este último.

2) Não está provado que as emissões de CO2 de origem antropogénica (isto é, produzidas pelo homem, o que exclui todas as demais emissões naturais desse gás) tenham qualquer efeito significativo para um aquecimento global. Muitos cientistas consideram absolutamente desprezível a contribuição humana para as emissões globais de CO2 que se verificam no planeta.

3) Os dados empíricos demonstram que desde 1998 não está a haver o tão famoso aquecimento global previsto pelos modelos informáticos utilizados pelo Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC) da ONU. Por isso, de forma oportunista, eles mudaram a expressão "aquecimento global" – que já não correspondia à verdade factual – para a expressão mais ambígua de "alterações climáticas" (que sempre existiram ao longo de toda a história do planeta Terra).

4) Os modelos informáticos são por si mesmo falíveis. A teoria da modelação diz-nos que os modelos para serem úteis devem ser relativamente simples, com um número de variáveis limitado. Tentar aplicar a modelação ao clima é um esforço ínvio pois nesse caso o número de variáveis (e de suposições que têm de ser feitas) é gigantesco. Em climatologia pouco de útil pode ser obtido a partir da modelação informática, por mais poderosos que sejam os computadores (embora não se passe o mesmo com a meteorologia).

5) O caso torna-se ainda pior se um método mau como a modelação informática tiver como base uma teoria caduca. É precisamente isto o que se passa com os modelos climatológicos utilizados pelo IPCC, concebidos no princípio do século XX (antes portanto da existência de satélites meteorológicos). A moderna teoria climatológica foi estabelecida pelo grande cientista francês Marcel Leroux (1938-2008), da Université Jean Moulin, em Lyon. O parecer do professor Marcel Leroux acerca desse suposto aquecimento global está resumido no seu artigo "Uma impostura científica" .

6) O IPCC não é uma organização de cientistas e sim de burocratas, geralmente bem pagos, nomeados pelos governos. É mentira que o IPCC disponha de três mil cientistas especializados em climatologia, como tem sido tantas vezes apregoado. E é igualmente mentira a afirmação de que haveria "consenso científico" quanto ao dogma aquecimentista.

7) Se estivesse a haver algum aquecimento global no planeta Terra isso não seria mau para a humanidade. Numerosas regiões do mundo poderiam passar a ter agriculturas produtivas. A Gronelândia, por exemplo – a "Terra Verde" como a chamaram os vikings – dispunha de agricultura na época do Período Quente Medieval. Pode-se mesmo afirmar que o berço da civilização ocidental foi numa terra extremamente quente: a Mesopotâmia (actual Iraque), entre o Tigre e o Eufrates. Civilizações como a egípcia e a azteca floresceram em climas quentes.

Mas por que deveríamos preocupar-nos com tais questões, que são na maioria do foro estritamente científico? Porque com base nos erros teóricos e práticos do IPCC foi propagandeada uma gigantesca histeria global que inoculou políticos de todo o mundo e deu azo a toda espécie de oportunismos, manifestações de ignorância & trafulhices. Para isso muito contribuíram aldrabões como o sr. Al Gore (vice-presidente dos EUA no governo Clinton), que promoveu activamente o terrorismo climático através do livro e do filme Uma verdade inconveniente. Instilar o medo a fim de vender a solução tem sido uma táctica dos espertalhaços de todos os tempos. Este caso não foge à regra, pois Gore e outros inventaram o novo business da venda dos direitos de emissão de carbono – e os banqueiros da Wall Street obviamente rejubilaram. Alguns indivíduos especializaram-se nessas loucas previsões catastrofistas. É o caso por exemplo do sr. James Hansen, o pai disto tudo, que até fala em subidas do nível dos mares da ordem das dezenas (!) de metros.

Por outro lado, a absurda intensidade publicitária dada ao falso problema do aquecimento global e das diabolizadas emissões de CO2 tem provocado problemas em série, todos mais ou menos encadeados uns nos outros. O primeiro deles é desviar as atenções das questões realmente importantes. E sobretudo da mais importante da nossa era, aquela que condicionará todo o nosso devir e afectará duramente nosso modo de vida futuro: o atingir do Pico Petrolífero. Tal facto é sistematicamente silenciado pelos media ditos "de referência" e ignorado por políticos cujo horizonte temporal não passa de quatro anos (basta ver os actuais governantes portugueses que, em conluio com banqueiros, querem construir um novo aeroporto no país no exacto momento em que se anuncia a estagnação/declínio do transporte aéreo).

O segundo problema é o gigantesco desvio de recursos financeiros e humanos provocado em todo o mundo pela aldrabice do aquecimento global. Só com o dinheiro gasto em conferências internacionais como as de Bali e agora a de Copenhagem, quantas coisas não poderiam ser feitas! Isto é verdadeiro também em relação a Portugal, onde os governos do sr. Sócrates têm despejado rios de dinheiro em organizações tais como SIAM I, SIAM II, PNAC, CAC, FPC, gabinetes de consultoria e outras tantas criadas ad hoc para o aproveitamento deste maná orçamental. Já foi instituída uma verdadeira indústria do aquecimento global.

Em terceiro lugar verifica-se a deformação das políticas energéticas, pois foram postas a reboque do mito climático. Basta ver, por exemplo, o facto de a UE impor limitações de emissões de CO2 nos automóveis hoje fabricados na Europa. Ou seja, ao invés de estabelecer níveis mínimos de rendimento para os motores ou de impor restrições quanto às emissões que são realmente poluentes (como o SO2, os óxidos de azoto, as partículas sólidas, etc) a limitação é imposta a um gás não poluente. Isto é, mais uma vez, um exemplo de confusão sistemática entre ambiente e clima, em que o primeiro é prejudicado sem qualquer benefício para o segundo.

Em quarto lugar toda esta imensa histeria global – que vai culminar amanhã, 7 de Dezembro, na Conferência de Copenhagem – constitui uma derrota para a Ciência. O cepticismo público que isto pode provocar é um crime sem par na história do pensamento científico. Não nos referimos apenas ao recente escândalo com os investigadores britânicos e americanos que aldrabavam estatísticas e censuravam os seus colegas nas peer review , o Climategate . É muito mais do que isso: é a possível desmoralização da própria ciência em geral, enquanto tal, abrindo caminho para o irracionalismo. Uma amostra caricata disso é que se chegou a fazer em Portugal um estudo para o combate às "alterações climáticas" ao nível municipal (!).

Em quinto lugar está a deformação das políticas energéticas de muitos países. Isso é visível em Portugal, onde os governos têm estimulado e subsidiado soluções irracionais do ponto de vista económico e energético com base na falácia do aquecimento global e das malfadadas emissões de CO2. Basta lembrar, por exemplo, a desgraçada política de subsídio aos biocombustíveis líquidos e agora aos veículos eléctricos (quando Portugal é importador líquido de quilowatts-hora); o não apoio às boas soluções possíveis nos transportes (como os veículos a gás natural, que podem utilizar biometano, gás natural comprimido ou gás natural liquefeito); a promoção ruinosa de energias ditas renováveis às custas dos subsídios da perequação tarifária; etc; etc. A ignorância (deliberada?) do Pico Petrolífero e a falácia do Protocolo de Quioto levam a tais aberrações. Estamos numa época em que deveria haver planeamento energético a fim de promover uma "fuga" ao petróleo, tão grande e tão rápida quanto possível. Governos clarividentes como o da Suécia já descobriram isso, o português ainda não. Mas os erros de hoje terão de ser pagos amanhã – e o preço pode ser caro.

Finalmente, há a observação curiosa de a posição do resistir.info não ser "de esquerda". No entanto, as questões científicas não são "de esquerda" nem "de direita" pois o que deve prevalecer é a busca da verdade. A ciência faz-se também por ensaio e erro. Uma teoria científica que foi válida numa certa época (como a climatologia elaborada no princípio do século XX) pode/deve ser sujeita à crítica e superada por outra melhor (como o fez Marcel Leroux).
Não há uma climatologia "de esquerda" ou "de direita", assim como não há física ou matemática que mereçam esses epítetos. Mas a insistência em aplicar uma teoria caducada quando já está disponível uma nova, melhor e com mais poder explicativo é certamente uma posição reaccionária. Entende-se que insistam na velha teoria aqueles cujas convicções científicas se amoldam ao seu próprio interesse (empregos, business do carbono, financiamentos, etc). Mas é menos compreensível que personalidades e publicações progressistas, talvez por desconhecimento, ainda se apoiem na mesma. É possível que o recente escândalo do Climategate lhes abra os olhos.

por Jorge Figueiredo
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HONDURAS: FICOU MAL O ITAMARATI!

1. Uma vez mais o Governo brasileiro se aparta da lei internacional e pretende criar jurisdição própria. Todos os diplomatas de Carreira sabem que quem procura refúgio ou abrigo numa de nossas Embaixadas na América Latina, alegando estar sendo objeto de perseguição política e perigo iminente, só pode dela retirar-se ou afrontando os riscos de detenção, ou solicitando o asilo diplomático. Este, como o posterior asilo territorial, tem suas condições estabelecidas em diversos tratados internacionais, desde a Convenção de Havana do começo da década de 30 até a Convenção de Caracas do começo dos anos 50.

2. Causa espécie, assim, a declaração que acaba de fazer o Celso Amorim, de que o Governo brasileiro considera inaceitáveis as condições impostas pelo Governo hondurenho para a saída de Zelaya de nossa Embaixada. Fora da comunicação da concessão do asilo diplomático e do pedido de salvo conduto para a saída do abrigado, não há outra solução dentro da lei internacional. Mais ainda: corre Zelaya o risco de ser detido por ordem do Judiciário, onde correm vários processos contra o antigo Chefe de Estado. Da mesma forma, o Governo mexicano não concordou em conceder a Zelaya o estatuto de “hóspede ilustre” e exigiu a reformulação do pedido para “asilado diplomático”.

Cesar Maia

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domingo, 6 de dezembro de 2009

REPARAÇÃO - Estréia de Documentário




Documentário conta história de vítima da violência da guerrilha durante o regime militar.

Pela primeira vez no Cinema Brasileiro, longa-metragem mostra histórias de violência dos 2 lados: da repressão militar e do terrorismo de extrema esquerda.

Reparação é o título do documentário de longa-metragem em High Definition que conta a história de Orlando Lovecchio, vítima de um atentado a bomba praticado pela guerrilha que lutava contra o regime militar no Brasil, em 1968. Orlando perdeu a perna no célebre atentado ao Consulado dos EUA em São Paulo e, ainda hoje, em 2009, luta por justiça: como não é considerado uma vítima da ditadura militar, a aposentadoria que recebe é menor que a do autor do atentado que o vitimou e enterrou para sempre seu sonho de ser piloto de avião. O episódio envolvendo Orlando e seus desdobramentos tem merecido amplo e constante destaque na imprensa.

A partir deste caso, o filme provoca uma reflexão a respeito do período militar, da violência de grupos extremistas ontem e hoje na América Latina, da ditadura cubana que persiste até hoje com o apoio de democratas em todo o continente, além da relação ainda conflituosa existente entre o aparelho repressivo do Estado e os cidadãos comuns.

Com depoimentos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do historiador Marco Antonio Villa, do jornalista Demétrio Magnolli, entre outros, Reparação pretende iniciar uma nova discussão sobre o período militar dentro do contexto do Cinema Brasileiro, que até hoje tem falhado por mostrar apenas um lado dos que viveram a época, de uma forma muitas vezes maniqueísta (como se a História pudesse ser resumida a um eterno embate do bem contra o mal)

Em uma abordagem franca e sem amarras partidárias ou ideológicas, Reparação comprova sua total independência ao não ter recorrido às verbas públicas para sua realização.

Uma prova de que o Cinema Brasileiro pode suscitar o debate com qualidade técnica e total independência estética e de pensamento.


Passados 40 anos, Lovecchio recebe uma pensão de R$ 571,00 por mês.

Diógenes recebeu do Bolsa Ditadura R$ 400 mil e mais uma pensão mensal de R$ 1.627,00.

Quem considera isso correto, é canalha!


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Vídeo - A Grande Farsa do Aquecimento Global

Parte 1/9



Parte 2/9



Parte 3/9



Parte 4/9



Parte 5/9



Parte 6/9



Parte 7/9



Parte 8/9



Parte 9/9




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Carta aberta de 60 cientistas que contestam o "aquecimento global"

Carta aberta de 60 cientistas a convidar o primeiro-ministro do Canadá a reflectir sobre a teoria aquecimento global

pelos signatários [*]

Estimado Primeiro-ministro,

Como especialistas reconhecidos em Climatologia e disciplinas científicas relacionadas, vimos propor a realização de debates públicos, abertos, para analisar o fundamento científico dos planos do Governo federal sobre alterações climáticas. Isto seria inteiramente consistente com os seu recente compromisso de conduzir uma revisão do Protocolo de Quioto. Embora muitos de nós tenham feito a mesma sugestão aos então primeiros-ministros, Martin e Chretien, nenhum deles respondeu e, até à data, nenhuma revisão formal e independente foi efectuada no Canadá. .Grande parte dos milhares de milhões de dólares destinados à implementação do protocolo no Canadá serão desperdiçados sem uma avaliação adequada dos desenvolvimentos recentes da ciência do clima.

A prova das observações não suporta os resultados dos actuais modelos climáticos informatizados, pelo que existem poucas razões para confiar nas predições do futuro realizadas com esses modelos. Contudo, isto foi precisamente o que fez as Nações Unidas ao criar e promover Quioto, e ainda continua a fazê-lo com previsões alarmistas sobre as quais são baseadas as políticas climáticas do Canadá. Mesmo que os modelos climáticos fossem realistas, o impacto ambiental do Canadá ao protelar a implementação do Protocolo, ou de quaisquer outros esquemas de redução de gases com efeito de estufa, pendente do término de consultas, seria insignificante. Levar o seu governo a promover audiências mais equilibradas e abertas, tão logo quanto possível, seria uma rota de acção mais prudente e responsável.

Enquanto as afirmações confiantes de grupos ambientalistas cientificamente não qualificados podem proporcionar manchetes sensacionais, elas não servem de base para a formulação de uma política ponderada. O estudo das alterações climáticas é, como V. Exa. disse, uma "ciência emergente", uma vez que é talvez a mais complexa alguma vez abordada. Poderão ser necessários ainda muitos anos de estudo até que possamos compreender correctamente o sistema climático da Terra. Não obstante, avanços significativos têm sido alcançados desde que o Protocolo foi assinado, muitos dos quais nos conduziram a afastar preocupações acerca das consequências do crescimento das emissões dos gases com efeito de estufa. Se, regredindo a meados dos anos 1990, soubéssemos o que sabemos hoje acerca do clima, o Protocolo de Quioto quase certamente não existiria porque teríamos de concluir que era desnecessário.

Compreendemos as dificuldades que qualquer governo tem para formular uma política científica inteligente quando as vozes mais ruidosas parecem sempre empurrar no sentido oposto. Entretanto, num debate aberto, com consultas imparciais, aos canadianos seria permitido ouvir os especialistas de ambos os lados do debate da comunidade científica do clima. Quando o público começar a compreender que não há nenhum "consenso" entre cientistas climáticos acerca da importância relativa das várias causas de alterações climáticas globais, o governo estará numa posição muito melhor para tomar medidas que reflictam a realidade e assim beneficiem tanto o ambiente como a economia.

"As alterações climáticas são reais" é uma frase sem sentido utilizada repetidamente por activistas para convencer o público que está iminente uma catástrofe climática e de que o homem é o responsável. Nenhum destes temores se justifica. Alterações climáticas verificam-se a todo momento devido a causas naturais e o impacto provocado pelo homem ainda permanece impossível de distinguir dentro deste "ruído" natural. O compromisso do novo governo canadiano para reduzir a poluição do ar, da terra e da água é recomendável, mas a afectação de recursos financeiros para "lutar contra as alterações climáticas" seria irracional. É necessário continuar a investigação intensiva das causas reais das alterações climáticas e ajudar os nossos concidadãos mais vulneráveis a adaptarem-se a quaisquer condições que a Natureza nos apresente no futuro.

Nós acreditamos que o público e os decisores governamentais canadianos precisam e merecem ouvir todo o conjunto de opiniões referentes a esta questão muito complexa. Há apenas 30 anos muitos dos alarmistas do aquecimento global estavam a dizer-nos que o mundo estaria em meio de uma catástrofe de arrefecimento global. Mas a ciência continuou a evoluir e, ainda o faz, embora muitos prefiram ignorá-la quando ela não se ajusta a agendas políticas predeterminadas.

Esperamos que V. Exa. examine a nossa proposta cuidadosamente e ficamos inteiramente à disposição para fornecer mais informação sobre este tópico crucialmente importante.

C/C ao ministro do Ambiente, Rona Ambrose, e ao ministro dos Recursos Naturais, Gary Lunn.

Sinceramente,

- Dr. Ian D. Clark, Prof., Isotope Hydrogeology and Paleoclimatology, Dept. of Earth Science, University of Ottawa
- Dr. Tad Murty, former Senior Research Scientist, Dpt. Of Fisheries and Oceans, forme Director of Australia's National Tidal Facility and Prof. of Earth Sciernces, Flinders University, Adelaide, currently adjunct Prof., Dept. of Civil Engineering and Earth , University of Ottwa
- Dr. R. Timothy Patterson, professor, Dept. of Earth Sciences (paleoclimatology), Carleton University, Ottawa
- Dr. Fred Michel, director, Institute of Environmental Science and associate professor, Dept. of Earth Sciences, Carleton University, Ottawa
- Dr. Madhav Khandekar, former research scientist, Environment Canada. Member of editorial board of Climate Research and Natural Hazards
- Dr. Paul Copper, FRSC, professor emeritus, Dept. of Earth Sciences, Laurentian University, Sudbury, Ont.
- Dr. Ross McKitrick, associate professor, Dept. of Economics, University of Guelph, Ont.
- Dr. Tim Ball, former professor of climatology, University of Winnipeg; environmental consultant
-Dr. Andreas Prokoph, adjunct professor of earth sciences, University of Ottawa; consultant in statistics and geology
-Mr. David Nowell, M.Sc. (Meteorology), fellow of the Royal Meteorological Society, Canadian member and past chairman of the NATO Meteorological Group, Ottawa
- Dr. Christopher Essex, professor of applied mathematics and associate director of the Program in Theoretical Physics, University of Western Ontario, London, Ont.
- Dr. Gordon E. Swaters, professor of applied mathematics, Dept. of Mathematical Sciences, and member, Geophysical Fluid Dynamics Research Group, University of Alberta
- Dr. L. Graham Smith, associate professor, Dept. of Geography, University of Western Ontario, London, Ont.
- Dr. G. Cornelis van Kooten, professor and Canada Research Chair in environmental studies and climate change, Dept. of Economics, University of Victoria
- Dr. Petr Chylek, adjunct professor, Dept. of Physics and Atmospheric Science, Dalhousie University, Halifax
- Dr./Cdr. M. R. Morgan, FRMS, climate consultant, former meteorology advisor to the World Meteorological Organization. Previously research scientist in climatology at University of Exeter, U.K.
- Dr. Keith D. Hage, climate consultant and professor emeritus of Meteorology, University of Alberta
- Dr. David E. Wojick, P.Eng., energy consultant, Star Tannery, Va., and Sioux Lookout, Ont.
- Rob Scagel, M.Sc., forest microclimate specialist, principal consultant, Pacific Phytometric Consultants, Surrey, B.C.
- Dr. Douglas Leahey, meteorologist and air-quality consultant, Calgary
- Paavo Siitam, M.Sc., agronomist, chemist, Cobourg, Ont.
- Dr. Chris de Freitas, climate scientist, associate professor, The University of Auckland, N.Z.
- Dr. Richard S. Lindzen, Alfred P. Sloan professor of meteorology, Dept. of Earth, Atmospheric and Planetary Sciences, Massachusetts Institute of Technology
- Dr. Freeman J. Dyson, emeritus professor of physics, Institute for Advanced Studies, Princeton, N.J.
- Mr. George Taylor, Dept. of Meteorology, Oregon State University; Oregon State climatologist; past president, American Association of State Climatologists
- Dr. Ian Plimer, professor of geology, School of Earth and Environmental Sciences, University of Adelaide; emeritus professor of earth sciences, University of Melbourne, Australia
- Dr. R.M. Carter, professor, Marine Geophysical Laboratory, James Cook University, Townsville, Australia
- Mr. William Kininmonth, Australasian Climate Research, former Head National Climate Centre, Australian Bureau of Meteorology; former Australian delegate to World Meteorological Organization Commission for Climatology, Scientific and Technical Review
- Dr. Hendrik Tennekes, former director of research, Royal Netherlands Meteorological Institute
- Dr. Gerrit J. van der Lingen, geologist/paleoclimatologist, Climate Change Consultant, Geoscience Research and Investigations, New Zealand
- Dr. Patrick J. Michaels, professor of environmental sciences, University of Virginia
- Dr. Nils-Axel Morner, emeritus professor of paleogeophysics & geodynamics, Stockholm University, Stockholm, Sweden
- Dr. Gary D. Sharp, Center for Climate/Ocean Resources Study, Salinas, Calif.
- Dr. Roy W. Spencer, principal research scientist, Earth System Science Center, The University of Alabama, Huntsville
- Dr. Al Pekarek, associate professor of geology, Earth and Atmospheric Sciences Dept., St. Cloud State University, St. Cloud, Minn.
- Dr. Marcel Leroux , professor emeritus of climatology, University of Lyon, France; former director of Laboratory of Climatology, Risks and Environment, CNRS
- Dr. Paul Reiter, professor, Institut Pasteur, Unit of Insects and Infectious Diseases, Paris, France. Expert reviewer, IPCC Working group II, chapter 8 (human health)
- Dr. Zbigniew Jaworowski, physicist and chairman, Scientific Council of Central Laboratory for Radiological Protection, Warsaw, Poland
- Dr. Sonja Boehmer-Christiansen, reader, Dept. of Geography, University of Hull, U.K.; editor, Energy & Environment
- Dr. Hans H.J. Labohm, former advisor to the executive board, Clingendael Institute (The Netherlands Institute of International Relations) and an economist who has focused on climate change
- Dr. Lee C. Gerhard, senior scientist emeritus, University of Kansas, past director and state geologist, Kansas Geological Survey
- Dr. Asmunn Moene, past head of the Forecasting Centre, Meteorological Institute, Norway
- Dr. August H. Auer, past professor of atmospheric science, University of Wyoming; previously chief meteorologist, Meteorological Service (MetService) of New Zealand
- Dr. Vincent Gray, expert reviewer for the IPCC and author of The Greenhouse Delusion: A Critique of 'Climate Change 2001,' Wellington, N.Z.
- Dr. Howard Hayden, emeritus professor of physics, University of Connecticut
- Dr Benny Peiser, professor of social anthropology, Faculty of Science, Liverpool John Moores University, U.K.
- Dr. Jack Barrett, chemist and spectroscopist, formerly with Imperial College London, U.K.
- Dr. William J.R. Alexander, professor emeritus, Dept. of Civil and Biosystems Engineering, University of Pretoria, South Africa. Member, United Nations Scientific and Technical Committee on Natural Disasters, 1994-2000
- Dr. S. Fred Singer, professor emeritus of environmental sciences, University of Virginia; former director, U.S. Weather Satellite Servisse
- Dr. Harry N.A. Priem, emeritus professor of planetary geology and isotope geophysics, Utrecht University; former director of the Netherlands Institute for Isotope Geosciences; past president of the Royal Netherlands Geological & Mining Society
- Dr. Robert H. Essenhigh, E.G. Bailey professor of energy conversion, Dept. of Mechanical Engineering, The Ohio State University
- Dr. Sallie Baliunas, astrophysicist and climate researcher, Boston, Mass.
- Douglas Hoyt, senior scientist at Raytheon (retired) and co-author of the book The Role of the Sun in Climate Change; previously with NCAR, NOAA, and the World Radiation Center, Davos, Switzerland
- Dipl.-Ing. Peter Dietze, independent energy advisor and scientific climate and carbon modeller, official IPCC reviewer, Bavaria, Germany
- Dr. Boris Winterhalter, senior marine researcher (retired), Geological Survey of Finland, former professor in marine geology, University of Helsinki, Finland
- Dr. Wibjorn Karlen, emeritus professor, Dept. of Physical Geography and Quaternary Geology, Stockholm University, Sweden
- Dr. Hugh W. Ellsaesser, physicist/meteorologist, previously with the Lawrence Livermore National Laboratory, Calif.; atmospheric consultant.
- Dr. Art Robinson, founder, Oregon Institute of Science and Medicine, Cave Junction, Ore.
- Dr. Arthur Rorsch, emeritus professor of molecular genetics, Leiden University, The Netherlands; past board member, Netherlands organization for applied research (TNO) in environmental, food and public health
- Dr. Alister McFarquhar, Downing College, Cambridge, U.K.; international economist
- Dr. Richard S. Courtney, climate and atmospheric science consultant, IPCC expert reviewer, U.K.

Resistir.info - Portugal

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Livro: "A fraude do aquecimento global"




Como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial




Prefácio de Luiz Carlos Baldicero Molion

O aquecimento global não é uma ameaça à humanidade – a histeria “aquecimentista”, sim!



As mudanças climáticas são fenômenos naturais que ocorrem há centenas de milhões de anos e contra as quais a humanidade pouco pode fazer no seu atual estágio de conhecimento, além de entender melhor a sua dinâmica e adaptar-se adequadamente a elas.





O infundado alarmismo “aquecimentista” é promovido por interesses políticos e econômicos, que transformaram um debate científico em uma obsessão mundial e uma verdadeira indústria. Por isso, o público em geral ignora que:



- não há qualquer evidência científica concreta que vincule os combustíveis fósseis aos aumentos de temperaturas ocorridos desde o final do século XIX;



- as temperaturas mundiais pararam de subir no final da década de 1990 e estão em queda;



- os níveis do mar já foram mais altos que os atuais;



- as atuais concentrações atmosféricas de CO2 estão entre as mais baixas da história geológica da Terra;



- temperaturas e níveis de CO2 mais altos que os atuais seriam benéficos para a maioria dos seres vivos, inclusive o homem.

A fraude do aquecimento global supostamente causado pelo homem está sendo manipulada para converter a atividade científica em um processo de “assembléia de consenso”, apoiado por uma mídia geralmente acrítica e anestesiada e pelos recursos técnicos de Hollywood.





Neste livro, encontram-se argumentos para ajudar a devolver essa discussão crucial ao campo do qual ela jamais deveria ter sido subtraída: o da boa ciência e do bom senso.

(*) Geraldo Luís Lino é geólogo, especializado na aplicação de estudos geológicos a projetos de engenharia civil e avaliações de impactos ambientais. É fundador e diretor do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa) e co-autor dos livros Máfia Verde 2: ambientalismo, novo colonialismo (2005) e A hora das hidrovias: estradas para o futuro do Brasil (2008), ambos publicados pela Capax Dei Editora.



PEDIDO por email


OU TELEFONE 21-2532-4086


R$ 28,00





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O Buraco de Ozônio X Atividades Solares

A QUÍMICA DO “BURACO” DO OZÔNIO EM DEBATE

Molina e Molina (1987) desenvolveram uma teoria extremamente complexa, chamada “dimer chemistry”, ou “química heterogênea”, na tentativa de explicar a destruição do ozônio pelos compostos de clorofluorcarbonos (CFC), gases utilizados em refrigeração. A teoria requer temperatura ambiental muito baixa, inferior a –78°C, que ocorre na estratosfera da Antártica algumas poucas semanas do ano, notadamente no final de setembro e início de outubro. Exige, também, cristais de gelo, que seriam provenientes da formação de nuvens estratosféricas polares, compostas essencialmente de ácido nítrico, ao invés de água como nas nuvens comuns. E, finalmente, exige luz solar, que só está presente após o nascer do Sol na Antártica, tipicamente após o dia 20 de setembro. Ocorrendo simultaneamente, essas condições dariam início a uma série de reações que quebrariam as moléculas de CFC, liberando átomos de cloro que, por sua vez, destruiriam as moléculas de ozônio. Sua formulação química é a seguinte:

(1) ClONO2 + HCl Cl2 + HNO3 , em presença de gelo de nuvens estratosféricas ácidas
(2) Cl2 + h 2Cl , em presença de luz (h = radiação ultravioleta)
(3) Cl + O3 ClO + O2
(4) ClO + ClO + M Cl2O2 + M , em presença de um “terceiro” corpo (M)
(5) Cl2O2 + h Cl + ClOO
(6) ClOO+ M Cl + O2 + M

resultando na conversão de 2 moléculas de ozônio (O3 ) em 3 moléculas de oxigênio molecular (O2) e, assim, diminuindo a concentração de O3 na estratosfera. Analisando a seqüência de reações acima, percebe-se que o cloro (Cl) não é proveniente de moléculas de CFC, mas sim de outros dois componentes, ClONO2 e HCl . Gelo é necessário para começar a reação (Equação 1) e só é encontrado com temperaturas inferiores a –78°C e em altitudes entre 12 km e 20 km. Em adição, a formação de Cl2O2 requer a presença de uma terceira substância (corpo M) e de radiação ultravioleta (UV), sem os quais o cloro não ficaria livre.

A Equação 5 parece ser crucial para o processo de destruição catalítica de O3. Essa equação mostra que a UV quebraria a molécula de peróxido de cloro (Cl2O2 ou ClOOCl), liberando o átomo de cloro e, em seguida (Equação 6), a colisão do ClOO com um terceiro corpo (M) liberaria mais um átomo de cloro e formaria oxigênio molecular sem destruir M. A questão que se coloca é se esse processo químico teórico ocorreria nas condições naturais da estratosfera polar, já que é difícil de ser verificado em laboratório, devido à dificuldade em se retirarem as contribuições de impurezas sem assinatura espectral, como Cl2, Cl2O, Cl2O3 e O3 que, normalmente, estão presentes quando ClOOCl é gerado.

De acordo com Eberstein (1990), a Equação 5 dificilmente ocorreria, pois o caminho mais fácil (de menor energia) da fotodissociação do peróxido de cloro seria formação de dois radicais ClO. Uma segunda possibilidade seria a formação de Cl2O e O, isto é,

(1) Cl2O2+ H ClO + ClO ou
(2) Cl2O2+ h Cl2O + O

Lawrence e colegas (1990) também tentaram reproduzir o processo químico em laboratório sem sucesso e concluíram que, se a fotodissociação realmente existir, sua taxa de produção quântica seria muito pequena, inferior a 5x10-4 s-1, e irrelevante para a destruição do ozônio estratosférico. Recentemente, Pope e colegas (2007) concluíram que, para as condições representativas do vórtice circumpolar (altitude 20km, ângulo zenital solar 86°, e perfis de O3 e temperatura medidos em março de 2000), as taxas de fotodissociação do peróxido de cloro foram inferiores, de um fator 6, às publicadas pelo Jet Propulsion Lab (JPL/NASA). Em sua Tabela 4, vê-se que a taxa de fotodissociação é 1,48 x10-4 s-1 comparada a 9,17x10-4 s-1 do JPL/NASA, para comprimentos de onda em torno de 300 nm. Essa grande discrepância, afirmaram, permite questionar os modelos atuais de destruição do ozônio estratosférico. Os resultados, obtidos por Pope e colaboradores (2007), confirmaram a conclusão de Lawrence e colegas obtida em 1990. Convém notar que os artigos de Eberstein e Lawrence e colaboradores foram publicados dois anos antes da realização da UNCED (ECO 92), no Rio de Janeiro, Brasil, e 5 anos antes de Mário J. Molina e F. Sherwood Rowland terem recebido o Premio Nobel de Química pelo hipotético e não-comprovado mecanismo de destruição do ozônio estratosférico.

Aparentemente, esse mecanismo de fotodissociação parece não explicar a maior parte das perdas de ozônio e, particularmente, a formação do buraco de ozônio na Antártica. Normalmente, a NOAA tem relatado que o buraco começa a se formar antes do nascer do Sol na Antártica, ou seja, na ausência completa de radiação UV, sem a qual a fotodissociação do peróxido de cloro e, portanto, a liberação do cloro no processo de Molina e Molina (1987), não ocorreria. Em 2002, o buraco se fechou no dia 26 de setembro, isto é, logo após o nascer do sol, ou seja, com pouca exposição da estratosfera antártica à UV. Uma possível explicação da formação do buraco seria a dinâmica singular da atmosfera antártica. O ozônio é formado principalmente na região tropical, onde o fluxo de UV é intenso durante o ano, e transportado para latitudes polares pelos ventos estratosféricos. Durante o inverno, forma-se o vórtice circumpolar – um “anel” de ventos fortes em torno do continente - que isola a Antártica e não permite a entrada do ozônio na região e, é claro, impediria, também, a entrada dos CFCs. Por sua vez, a fonte principal de cloro e de flúor parece ser, dentre outros vulcões ativos na Antártica, o Monte Erebus, cujas 3 crateras estão a 4 km de altura e emitem, de acordo com Kyle e colaboradores (1990), cerca de 1.200 toneladas por dia de gás clorídrico (HCl) e cerca de 500 toneladas por dia de gás fluorídrico (HF) na atmosfera antártica isolada pelo vórtice circumpolar. Ou seja, o vórtice, ao isolar o continente, não permitiria a entrada do O3 nem a saída dos halogênios, que são provenientes de fontes naturais e não dos CFC produzidos pelo homem. Será que os halogênios, com concentração aumentada, poderiam destruir o O3 diretamente, sem a presença de UV?

Lu e colaboradores (2008) parecem ter encontrado um mecanismo mais simples para explicar a formação do buraco, entretanto, sem descartar os CFCs como fonte do cloro. Os halogênios teriam suas moléculas dissociadas por raios cósmicos galácticos (RCG), que são partículas eletricamente carregadas, com intensidade máxima de seu fluxo nos pólos devido ao efeito do campo magnético terrestre, e taxa de ionização máxima em altitudes em que o buraco se localiza. Ora, neste ano (2008), o Sol está no mínimo de sua atividade dos últimos 50 anos, conforme dados obtidos pela sonda espacial Ulysses. O vento solar - um gás carregado de prótons (plasma) que emana do Sol em todas as direções (heliosfera) – está mais frio e sua pressão 20% mais baixa e o campo magnético solar, próximo à sonda, 36% mais fraco (NASA, 2008). O campo magnético solar funciona como um escudo protetor tal que, quando enfraquece, fluxo de RCG , que entra no planeta, se intensifica. Some-se a isso o fato de o fluxo de UV ser menor quando o Sol está em um mínimo de atividade. Uma das conseqüências seria a destruição do O3 e a formação do buraco. E Lu previu, obviamente, que as maiores perdas de ozônio, e, conseqüentemente, os maiores buracos, devam se formar em setembro de 2008 e, posteriormente, em 2019, baseando-se no ciclo de manchas solares, cujo período é 11 anos aproximadamente. O Sol, ainda, apresenta um outro ciclo de cerca de 90 anos, o Ciclo de Gleissberg, que atingiu um máximo em 1957/58, o Ano Geofísico Internacional, e está em seu mínimo agora. A partir daquela data, a concentração de ozônio começou a diminuir, está atingindo um mínimo e deverá atingir um outro máximo quando ocorrer o novo máximo do Ciclo de Gleissberg, no ano 2.050 aproximadamente. Portanto, a variabilidade da concentração de O3 e a formação do buraco parecem ter causas naturais e não necessitam da interferência dos CFCs.

Referências Bibliográficas

Eberstein, I. J. (1990). Photodissociation of Cl2O2 in the spring Antarctic lower stratosphere. Geophys. Res. Letters 17 (6):721-724.

Kyle, P.R., K. Meeker and D. Finnegan, 1990. Emission rates of sulfur dioxide, trace gases and metals from Mt. Erebus, Antartica. Geophys. Res. Letters 17 (12):2.125-2.128.

Lawrence, W.G., K.C. Clemitshaw and V.A. Apkarian, 1990. On the relevance of OClO photodissociation to the destruction of stratospheric ozone. J. Geophys. Research 95 (D11):18.591-18.595.

Molina, L.T. and M.J. Molina, 1987. Production of Cl2O2 from self-reaction of the ClO radical. Jour. Phys. Chem. 91: 433-436.

NASA, 2008. Ulysses Reveals Global Solar Wind Plasma Output at 50-Year Low, disponível em http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2008-178, acesso em 24 de setembro de 2008.

Pope, F. D., J.C. Hansen, K.D. Bayes, R. R. Friedl, and S. P. Sander, 2007. Ultraviolet absorption spectrum of chlorine peroxide, ClOOCl. J. Phys.Chem. 111 (20): 4.322-4.332.

Qing-Bin Lu, Physical Review Letters, 2008 (submitted). Disponível em www.theozonehole.com/waterloo.htm.

(*) Cientista do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas, molion@radar.ufal.br


por Luiz Carlos Baldicero Molion


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“Climagate” ou “Os e-mails inconvenientes”

No final da semana passada, a blogosfera foi inundada com milhares de e-mails e documentos trocados por eminentes climatologistas encastelados na Climate Research Unit (CRU), da Universidade de East Anglia (Inglaterra) – um dos principais centros do “aquecimentismo” – , que teriam sido vazados por um hacker russo após invadir um servidor da universidade.

As indicações de fraudes e manipulações de dados climáticos nas correspondência trocada são tão fortes que mesmo um ambientalista convicto, como George Monbiot, pede a cabeça de Phil Jones, chefe da CRU: “ Parece haver evidências de tentativas para evitar que dados científicos fossem liberados...Pior ainda, alguns e-mails sugerem que sejam tomadas providências para evitar a publicação de trabalhos de cientistas céticos [no aquecimento antropogênico], ou para que ficassem fora do relatório do IPCC [Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas]. Creio que o chefe da unidade, Phil Jones, deveria renunciar imediatamente”. [1]

Uma das mensagens mais comprometedoras foi enviada por Phil Jones a colegas nos EUA onde relata que tinha usado o mesmo "truque" que Michael Mann, geofísico da Universidade Estadual da Pensilvânia, para "esconder o declínio" em uma série de temperaturas. Mann é o autor do famigerado “gráfico do taco de hóquei”, o qual, alegadamente, demonstrava que o aquecimento registrado no século XX seria o resultado das emissões de carbono antropogênicas, pois não mostrava o bem conhecido Período Quente Medieval (reproduzido até mesmo no primeiro relatório do IPCC, em 1990). Ocorre que, como demonstraram depois vários pesquisadores sérios, o Dr. Mann e sua equipe haviam, simplesmente, “limado” o Período Quente Medieval com o uso de um algoritmo “engatilhado”, que produzia os mesmos resultados independentemente dos dados introduzidos. O “taco de hóquei” de Mann foi um dos pontos altos do relatório de 2001 do IPCC, que, mesmo depois de descoberta a fraude, limitou-se a retirar o gráfico do relatório seguinte, o de 2007, mas manteve as suas conclusões. [2]

Quem melhor resumiu o imbróglio climático foi Lord Lawson, ex-Ministro da Fazenda da Inglaterra, em discurso na Câmara de Lordes: [3]

“Assombrosamente, o que parece, à primeira vista, ter vindo à tona é que:

(a) os cientistas estiveram manipulando dados básicos de temperaturas para mostrar uma tendência inexorável de aumento do aquecimento global;

(b) eles recusaram sistematicamente o acesso externo a dados básicos de temperaturas;

(c) os cientistas tentaram evitar [a liberação de documentos] requisitados de acordo com a lei de liberdade de informação

(d) eles estiveram discutindo formas para evitar que documentos de cientistas discordantes fossem publicados em revistas especializadas


Pode haver uma explicação perfeitamente plausível. Mas é claro que a integridade da evidência científica, segundo a qual não apenas o Governo Britânico, mas o de outros países também, através do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, se baseiam para tomar graves e dispendiosas decisões políticas, está sendo questionada. E a reputação da ciência britânica foi seriamente maculada. Um inquérito independente e de alto nível deve ser instaurado sem demora”.

A maioria da chamada grande imprensa ignorou, ou colocou panos quentes, o que já está sendo conhecido como “climategate”, um escândalo maiúsculo às vésperas da aguardada Conferência do Clima de Copenhague (COP-15), tentando, entre outras alegações, desacreditar o conteúdo dos e-mails e documentos por terem sido obtidos, supostamente, por meio ilegais; quer dizer, um caso típico de “morte ao mensageiro”.

Mas uma comunicação de Paul Hudson, da BBC de Londres, ao desculpar-se com seus leitores por não comentar o “climagate” por absoluta falta de tempo, revela que já havia recebido a “cadeia de e-mails” no dia 12 de outubro passado, ou seja, ele já sabia de tudo há mais de um mês e simplesmente não fez nada a respeito, foi preciso um “hacker russo” disponibilizar o material na Internet. Isso é apenas o início do “climagate”, certamente outras revelações virão à tona. [4]

É em tal cenário recendendo a fraudes por todos os lados que o Brasil, embalado pelo velho “sonho de consumo” do Itamaraty de ocupar uma vaga como “junior partner” (sem poder de veto) de um Conselho de Segurança Permanente da ONU ampliado, resolveu adotar uma postura “climaticamente correta” para agradar aos poderosos.



Notas:
[1]George Monbiot, The Guardian, 24/11/2009
[2]Aquecimento global: fatos e factóides, Alerta Científico e Ambiental, 18/07/2008
[3]Lord Lawson calls for public inquiry into CRU data affair, CCNet, 20/11/2009
[4]'Climategate' - CRU hacked into and its implications, BBC, 23/11/2009

Alerta em Rede


Conteúdo e analises dos emails capturados pelo hacker russo:
http://wattsupwiththat.com
http://www.climatechangefraud.com
http://prevarication.net/2009/11/20/hacker-reveals-hadley-cru-global-warming-hoax/
http://www.anelegantchaos.org/cru/emails.php?eid=776&filename=1170724434.txt


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Marina Silva, candidata da nobreza européia


Marina recebe prêmio do príncipe Philip

Semana passada, o capítulo amazônico da ONG Friends of the Earth (Amigos da Terra por aqui) completou 20 anos existência. Em nota alusiva, a ONG situa a sua fundação como uma das conseqüências das “atividades” geradas pelo famoso “Encontro de Altamira”, realizado em fevereiro de 1989 nessa cidade paraense que se notabilizou pelo incrível ajuntamento de celebridades verdes do jet-set internacional, capitaneadas pelo cantor Sting. O evento foi crucial para o cancelamento da construção da hidrelétrica de Belo Monte e outras na região e influenciou, de forma inequívoca, o “apagão” de 2001.

A senadora e virtual candidata à presidência da República em 2010 pelo Partido Verde, Marina Silva, foi uma das celebridades a se parabenizar com a ONG. Pela nota, fica-se sabendo que Marina foi conselheira da Amigos da Terra de 1998 a 2002. [1]

Outro foi Fábio “Mr. Mata Atlântica” Feldman, fundador e membro do Conselho Diretor da ONG. Outros membro atuais do conselho são Adalberto Veríssimo, do IMAZON; José Eli da Veiga, da USP; Carlos Nobre, do INPE; Bertha Becker, da UFRJ; e Judson Valentim, da EMBRAPA do Acre.

Estranho que a Amigos da Terra – Amazônia, que clama por transparência, mantenha a sete chaves os nomes de seus fundadores, diretores, doadores etc., como fazem outras ONGs do seu quilate que atuam no Brasil. Uma pesquisa em seu portal, aliás muito bem feito, nada revela; idem no Google. Por isso mesmo, apresentamos abaixo um perfil sumário da Friends of the Earth que dá uma boa idéia sobre as “motivações” do seu rebento brasileiro, assim como seu “pedigree” com a nobreza européia.

A esse respeito, vale mencionar que Marina Silva recebeu mais um prêmio “sangue-azul” em reconhecimento a seus préstimos ambientalistas. Desta feita, coube à Casa Real de Mônaco que lhe outorgou, pelas mãos do Principe Albert II, uma quantia de 40 mil euros e o Prêmio Mudanças Climáticas (Climate Change Award) no dia 10 passado. Recorde-se que, há um ano, Marina recebeu das mãos do príncipe Philip da Inglaterra, no palácio de Saint James, em Londres, a medalha Duque de Edimburgo, em reconhecimento à sua trajetória e luta em defesa da Amazônia - o prêmio mais importante concedido pela Rede WWF. Com tais honrarias, poucos ainda duvidam que Marina Silva seja a candidata da nobreza européia na eleição presidencial de 2010.



Notas:
[1]Marina Silva destaca as conquistas de 20 anos de Amigos da Terra, amazonia.org.br, 16/10/2009

Dos nossos arquivos: Amigos da Terra (Friends of the Earth)

A criação do Friends of the Earth (FoE) está ligada ao lançamento público da “pedra fundamental” do movimento ambientalista nos EUA, com a celebração do primeiro Dia da Terra, em 22 de abril de 1970, planejado, financiado e executado pelos altos escalões do Establishment anglo-americano. O financiamento para o Dia da Terra veio diretamente do cofre de Robert O. Anderson, então presidente da empresa petrolífera Atlantic Richfield e do Instituto Aspen. Paralelamente ao evento, Anderson contribuiu com 200 mil dólares para a fundação do FoE, a primeira de uma série de novas ONGs que seriam criadas com o apoio das elites malthusianas e que viriam a desempenhar um papel fundamental na difusão da ideologia ambientalista. A maior parte dos membros iniciais do FoE foi recrutada entre os quadros dos Federalistas Mundiais (World Federalists) e dos Cidadãos Planetários (Planetary Citizens), organizações criadas no pós-guerra pelo mentor de Anderson, Robert Hutchins, reitor da Universidade de Chicago, e seus dois íntimos colaboradores britânicos, Bertrand Russell e Aldous Huxley. Norman Cousins, editor da revista Saturday Review e membro do Instituto Aspen, era um patrocinador dos Cidadãos Planetários e tornou-se um dos primeiros membros do conselho diretor do FoE.

Nominalmente, o FoE foi fundado pelo falecido David Brower, um dos arquitetos do movimento ambientalista estadunidense, que liderou o grupo por 10 anos. Posteriormente, Brower fundou o Earth Island Institute, que tem dois “braços” principais: a Rainforest Action Network (em cujo conselho diretor tem assento o terrorista Mike Roselle, líder do Earth First!) e a International Rivers Network (IRN), integrante da Coalizão Rios Vivos e uma das coordenadoras da campanha contra a hidrovia Paraná-Paraguai. O principal ativista da IRN para a América Latina é Glenn Switkes.

A sede mundial do FoE situa-se atualmente em Amsterdã, capital do aparato ambientalista internacional, de onde controla uma rede mundial de afiliados. O translado do FoE dos EUA para a Europe, ocorrido logo após sua fundação, foi financiado por sir James Goldsmith e pela família Rothschild. Ainda em 1970, Edward Goldsmith, irmão de sir James, fundou a revista The Ecologist, da ala radical do movimento ambientalista, e lançou o Partido Verde do Reino Unido, modelo de seus congêneres europeus. O fundador do FoE na França, Brice LaLonde, foi nomeado ministro de Meio Ambiente pelo presidente François Mitterrand, cujo pensamento “ambientalista” pode ser resumido por sua declaração perante a Conferência de Haia, realizada em abril de 1989, de que o Brasil deveria “renunciar a parcelas de sua soberania sobre a região Amazônica”. Sua viúva, Danielle Mitterrand, é uma das mais importantes indigenistas internacionais da atualidade e elo de ligação entre o MST e os zapatistas.

Em 1993, o FoE se aliou ao Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e ao Greenpece para formar o Forest Stewardship Council (FSC – Conselho de Manejo Florestal), entidade que criou o “selo verde” para “certificar”– e controlar – a produção de madeira em países em desenvolvimento.

Em sua diretoria, o FoE tem contado com representantes da nata do Establishment oligárquico, como: o finado Aurelio Peccei, do Clube de Roma; lorde Solly Zuckerman, ex-assessor científico do Governo britânico; e Jonathon Porritt, assessor e amigo pessoal do príncipe Charles. Em novembro de 2000, Porritt foi nomeado para ocupar a “assessoria ambiental” do Ministério das Relações Exteriores britânico, juntamente com sir Crispin Tickell, outro notório estrategista do ambientalismo britânico.

Desde sua fundação, o FoE tem se mantido principalmente com contribuições, que ascendem a milhões de dólares, das grandes fundações filantrópicas norte-americanas, o que é suficiente para determinar quais são seus reais propósitos “ambientalistas” no Brasil e outros países em desenvolvimento. O principal dirigente do FoE no Brasil
é o ítalo-brasileiro Roberto Smeraldi, que comanda as operações “amazônicas”
da ONG.
Nilder Costa - Alerta em Rede



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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O "QUINTO DOS INFERNOS"

Durante o século 18, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto".

Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.. O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que foi apelidado de "O Quinto dos Infernos". A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".

Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.



De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, a carga tributária brasileira deverá chegar ao final deste ano de 2009 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção. Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para que? Para sustentar a corrupção, campanhas eleitorais, o PAC, o mensalão, o dólar na cueca, o Senado e sua legião de "diretores", a festa das passagens, os cartões corporativos, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar no executivo, os salários de marajás, etc. etc. etc..

Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar esta corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa.
E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente!
Grupo Guararapes


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Fábrica de índios

O Lampião tupinambá

Mais de 500 anos depois da chegada de Cabral, um índio aterroriza o sul da Bahia. Ele é o Cacique Babau. Invade fazendas para conseguir a demarcação de uma reserva indígena
Mariana Sanches (texto) e Marcelo Min (fotos), de Ilhéus, BA


DESTEMIDO
Rosivaldo Ferreira da Silva, o Cacique Babau, em uma das áreas invadidas sob seu comando. Ele enfrenta sem medo a Polícia Federal

O riso é estridente, quase debochado. Enquanto ri, Rosivaldo Ferreira da Silva, de 35 anos, chacoalha todo o corpo, a fileira de dentes de boi que carrega no pescoço e o cocar de penas na cabeça. A irreverência e a simpatia contrastam com a descrição feita pela Polícia Federal das ações e do caráter de Rosivaldo, ou Cacique Babau, como ele é conhecido no sul da Bahia. Sobre a mesa do delegado federal Cristiano Barbosa, a pasta intitulada Dossiê Cacique Babau dá a dimensão das façanhas atribuídas a Rosivaldo. São ao menos dez inquéritos, em cerca de 500 páginas, que incluem acusações de sequestro, furto, invasão de propriedade privada, incêndio criminoso, porte ilegal de armas, ameaça, formação de quadrilha.
Babau é um dos líderes do grupo de 3 mil pessoas que se autointitulam tupinambás, os primeiros índios com quem Pedro Álvares Cabral travou contato ao desembarcar em terras brasileiras. Desde 2004, ele e seu bando já invadiram 20 fazendas na região da Serra do Padeiro, localizada entre os municípios baianos de Ilhéus, Buerarema e Una. De acordo com a Polícia Federal, os índios usam armas e recorrem à violência em suas invasões. Nos últimos cinco anos, Babau passou a ser considerado por autoridades locais um inimigo público no sul da Bahia.

Babau dá risada quando confrontado com sua ficha policial. Nega que ande armado ou promova a violência, mas se deleita ao lembrar que os tupinambás ficaram conhecidos como um povo guerreiro e canibal. “De vez em quando a Polícia Federal vem aqui buscar um cadáver. Não encontra nada, só a gente comendo carne assada. Mas é carne de animal. Nossos antepassados faziam prisioneiros para virar almoço. É por isso que eu não sequestro ninguém. Se sequestrar, a gente vai ter de comer”, afirma Babau, às gargalhadas.

Por sua ótica, as invasões são “retomadas” de áreas que eram terras dos indíos até 1500 e foram usurpadas pelos brancos ao longo da história do Brasil. Para seus seguidores, estudiosos, autoridades e até mesmo rivais, Babau é uma espécie de versão cabocla de Lampião, o histórico chefe do cangaço. No sul da Bahia, diz-se que a cabeça de Babau valeria R$ 30 mil.

Em novembro do ano passado, a Polícia Federal tentou prender Babau. Escalou 120 homens, munidos de balas de borracha e gás lacrimogêneo. Foi recebida a pedradas. No fim da operação, a PF não prendeu o cacique e ficou encurralada na mata. A mando de Babau, os índios bloquearam as estradas de terra com troncos de árvore. “Nós chegamos à tribo ostensivamente armados, e o Babau nos enfrenta”, diz, abismado, o delegado da Polícia Federal Cristiano Barbosa. Em junho, em outra operação, policiais federais foram acusados de torturar quatro índios do grupo de Babau. O inquérito, conduzido pelo delegado Barbosa, concluiu que os policiais não cometeram crime.








Boa parte dos índios atribui às ações de Babau a finalização, em abril, do relatório da Fundação Nacional do Índio(Funai) que dá aos tupinambás um território de 47.376 hectares. A área se estende da Serra do Padeiro ao litoral baiano e inclui centenas de fazendas, hotéis, cemitério, além de quase metade da Vila de Olivença, uma das primeiras concentrações urbanas do Brasil, em Ilhéus. Se for homologada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que pode acontecer em alguns meses, a reserva indígena dos tupinambás será 43% maior do que a cidade de Belo Horizonte.

A possibilidade de demarcação inflamou a identidade indígena, oculta até recentemente
Babau não tem apenas um robusto prontuário policial. A escola e os fornos de farinha da aldeia, construídos com financiamento público, são exemplos de sua liderança e de sua capacidade de articulação. Essas habilidades foram desenvolvidas longe das matas da Serra do Padeiro. Babau, cujos traços faciais revelam mais sua ascendência negra do que a indígena, faz parte da primeira geração com ensino médio de uma família que vive do plantio de mandioca, banana e cacau em um pequeno sítio. Às vésperas da comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil, Babau foi para a escola em Santa Cruz Cabrália, primeiro ponto do país onde os portugueses pisaram. Lá, descobriu a América: algumas ONGs o fizeram ver que a ascendência indígena poderia garantir-lhe direito às terras onde nasceu. Babau engajou-se em fazer a Funai reconhecer seu grupo como os Tupinambás de Olivença.


CLIMA DE GUERRA
Ruína de uma casa incendiada em uma das fazendas invadidas pelo Cacique Babau. A PF diz que foram os índios que provocaram o incêndio


O reconhecimento veio em 2002. De lá para cá, os tupinambás, que, de acordo com os documentos oficiais e a memória de agricultores da região, estavam desaparecidos havia mais de um século, saíram do armário. Munidos de cocar e de uma cópia da Constituição de 1988 (que reconhece os direitos dos indíos sobre as terras que tradicionalmente ocupam), começaram a pleitear áreas em Ilhéus e na região e a se multiplicar. De acordo com a Funai, em 2004 havia 3 mil tupinambás na Bahia. Em 2009, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) registrou 4.729 tupinambás, um crescimento de 58% em cinco anos. “Nem coelho consegue se reproduzir tão depressa. Isso é formação de quadrilha”, diz Luiz Henrique Uaquim, presidente da Comissão de Pequenos Agricultores da região. Uaquim desconfia que militantes sem-terra e agricultores estão engrossando as invasões indígenas. O trabalhador rural João Marques confirma a suspeita. “Babau me chamou para entrar no movimento. Disse que eu tinha cara de índio. Mas eu não quis”, diz Marques, que garante não ter ascendência indígena. Babau nega ter inflado seu grupo, mas admite ter recebido propostas para fazê-lo. E acusa outros caciques de aceitar filiar sem-terra aos tupinambás. É possível que isso tenha ocorrido. O recenseamento da Funasa é feito com base nas informações dadas pelos caciques sobre suas aldeias. Para ser considerado índio basta que o sujeito se autodenomine como tal. “Nasci e cresci aqui, e só nos últimos anos começou a aparecer índio para todo lado”, diz Alcides Kruschewsky (PSB-BA), vereador em Ilhéus. “Sou descendente das mesmas pessoas que os que se dizem índios são. Esse grupo achou um argumento infalível para conseguir terra: dizer que é índio.”


"Não acredito que o governo vai ter a ousadia de dizer que a terra em que moro há 53 anos não é minha"
MANUEL DE QUADROS, agricultor e vizinho de Babau. Ele pode ser obrigado a deixar suas terras se a demarcação sair.

As reivindicações dos tupinambás começaram a transbordar para invasões em 2004. De acordo com os agricultores, os índios chegam às fazendas em bando, armados de escopetas e rifles, expulsam os não índios com ameaças de morte, destroem lavouras, incendeiam casas. “O modus operandi do grupo que se diz indígena é semelhante ao dos sem-terra”, afirma Pedro Holliday, juiz federal de Ilhéus. Holliday já deu 19 liminares de reintegração de posse, mas nenhuma foi cumprida. A Justiça entendeu que a operação de retirada dos índios de qualquer uma das fazendas poderia ser a faísca detonadora de uma explosão de violência na região.

Babau dá duas explicações para as invasões. Uma é de ordem prática. “Foi preciso ocupar as terras porque a Funai estava demorando demais com a demarcação. Até 2004 tínhamos 30 crianças desnutridas por falta de comida. E se é para pedir esmola à Funai preferimos morrer guerreando”, diz. A segunda é de natureza religiosa. “Nos nossos rituais sagrados, os encantados, os espíritos que olham por nós, nos disseram que era hora de retomar a nossa terra.”

Para quem está sob a ameaça das ações comandadas por Babau, as invasões de terras atendem a interesses oportunistas. “Tem tido muito abuso na área, muita gente querendo se passar por índio para tentar conseguir alguma vantagem ou chantagear donos de terras”, diz Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e dono de um hotel na região. Parte do terreno de Armínio está dentro da área que a Funai diz ser dos tupinambás.

Se a demarcação sair, entre 18 mil e 20 mil não índios que hoje moram na região em cerca de 600 propriedades terão de partir. Em sua maioria, são pequenos produtores, que plantam cacau, mandioca, banana, abacaxi, melancia e borracha. “Oitenta por cento da área é dividida em sítios de até 10 hectares de terras, herdados de pais ou avós”, diz Clodoaldo Barbosa, presidente do Conselho Regional Associativista de Buerarema e Adjacências (Crasba), que reúne 1.200 produtores rurais .“Cada família vive com R$ 800 por mês. E não tem para onde ir. O clima está muito tenso.”

Os agricultores sob ameaça de despejo dizem que preferem começar uma guerra a ser retirados de suas terras. “Não acredito que o governo vai ter a ousadia de dizer que a terra em que moro há 53 anos, pagando imposto, não é minha”, diz Manuel de Quadros, de 69 anos, vizinho de Babau. Quadros divide com quatro irmãos e um filho os 75 hectares de terra herdados do pai. “Quando chegamos aqui, derrubamos a mata no braço para plantar a roça. Não tinha essa história de índio.”

A tensão é ampliada por causa do obstáculo, praticamente intransponível, de distinguir quem é índio e quem não é no sul da Bahia. A complexidade da situação é retratada pelo caso de Clodoaldo Barbosa, presidente do Crasba. Uma das principais lideranças contrárias à demarcação, Clodoaldo visita todas as semanas sua família em uma das áreas invadidas por Babau. Os pais e os irmãos de Clodoaldo se dizem índios. Ele é o único que não quis assumir a identidade indígena.

A valorização da ascendência tupinambá foi inflamada pela possibilidade de demarcação das terras. Há dez anos, era raro encontrar alguém de cocar circulando por Ilhéus. Hoje, índios abordados para entrevista se apressam em “vestir a cultura”. Voltam paramentados com saiotes de palhas e cocares, feitos com penas de galinhas criadas em fundos de quintal ou de araras mantidas em zoológicos. Babau comprou um pavão. Pagou R$ 150 pelo bicho, que lhe dá penas o ano todo. “Eles conservam características tradicionais, como o uso de ervas medicinais, mas isso nem sempre é visível para o resto da sociedade. Quando o processo político de demarcação começou, os índios passaram a apelar para os estereótipos de índios de cocar”, diz a antropóloga Susana Viegas, da Universidade de Lisboa, uma das responsáveis pelo laudo antropológico que sustenta a demarcação.

Ao pesquisar a região em 1997, Susana não encontrou um único índio que falasse tupi, a língua original dos tupinambás. Mas há cerca de cinco anos as crianças locais começaram a ter lições de tupi em escolas indígenas. Em vez de vôlei, praticam arco e flecha nas aulas de educação física. E, nas de educação artística, aprendem a fazer artesanato de sementes. Embora a maioria dos índios seja católica, resultado da colonização, eles evitam se referir a Deus. Preferem agora dizer Tupã. “Temos orientado nossos jovens a não casar com pessoas que não sejam índias”, diz Valdinete Nascimento, professora da Escola Estadual Indígena Tupinambá de Olivença. “A miscigenação nos descaracterizou. Dizem que não somos índios porque nosso cabelo não é liso.” Se nas últimas décadas as famílias da região davam a seus filhos o nome Valdinete ou Rosivaldo, hoje os pais preferem nomes em tupi. O filho de Babau, de 3 anos, se chama Amatiri – que significa raio, em tupi, de acordo com os índios.

A proposta de demarcação da área dos tupinambás é tão polêmica que um relatório parecido com o que deverá desembarcar na mesa do presidente Lula foi rejeitado em 2006 pelo então presidente da Funai, Mércio Gomes. Os antropólogos da Funai que assinam o laudo da demarcação defendem seu trabalho com o argumento de que há muitas concessões aos não índios na proposta atual. “Na verdade, os índios queriam muito mais terras”, diz o antropólogo Jorge Luiz de Paula, um dos autores do estudo. “Deixamos de fora muitos lugares em que os índios moravam antigamente, mas onde hoje só há brancos.”

No sul da Bahia, a violência é tão antiga quanto as disputas por terras. A legislação garante a terra a quem, como Babau, reivindica a identidade indígena. Por outro lado, assegura também a fazendeiros e agricultores o direito à propriedade privada. Com bons propósitos, os constituintes de 1988 tentaram acabar com os conflitos e corrigir injustiças históricas. Podem ter criado alguns problemas insolúveis.
Revista Época


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