segunda-feira, 12 de abril de 2010

É EXTREMAMENTE GRAVE O ATENTADO A BOMBA CONTRA CONTRAVENTOR NO RIO!

1. O atentado de dias atrás contra um contraventor no Rio é muito grave. A maneira como foi realizado, com a meticulosa colocação de uma bomba na parte de baixo do banco traseiro do automóvel, mostra que a delinquência no Rio pode estar entrando numa fase muito mais sofisticada que até aqui. Uma operação desse tipo é de enorme complexidade, desde o acesso ao automóvel à colocação do aparato e a escolha da forma de detoná-lo, pelo tempo ou à distância.

2. Mesmo sendo um caso isolado, quem controla essa tecnologia de atentado pode multiplicar o uso. É um instrumento típico de ações terroristas que exigem recursos, organização, tecnologia e especialistas. E deve ser tratado como tal, ou seja, como se fosse um embrião do uso de práticas terroristas. E que deve ser eliminado na raiz.

3. Todos os esquemas de segurança de pessoas, sejam autoridades, milionários, policiais ou mesmo bandidos, nunca levaram em conta essa possibilidade. Isso significaria que os veículos de deslocamento passariam a sofrer varreduras permanentes, assim como locais de trabalho, moradia ou lazer... Assim como delinquentes ligados à venda de drogas ao usuário, "pés-rapados" na origem, aprenderam a comprar e usar armas militares, não será difícil aprenderem esta tecnologia também, especialmente pela incidência de policiais e militares junto ao crime.

4. Nesse sentido, imediatamente, a Polícia Federal e a Polícia Civil do RJ devem mergulhar na ocorrência, ir até a raiz da mesma, iniciar um levantamento de especialistas formados nas policias e nas forças armadas, localizá-los e cadastrá-los, implantar um sistema de acompanhamento dos mesmos, criar um sistema de "blindagem" dos cursos de explosivos, exigir uma seleção muito mais rigorosa, etc.

5. Enfim, prevenir, supondo sempre as piores hipóteses e eliminar quaisquer possibilidades de proliferação. Para quem achar que é um exagero, basta olhar para o México, que tecnologia a delinquência ligada às drogas utilizava anos atrás e a tecnologia organizacional e de equipamentos que usa agora. Uma vez deflagrado um processo desses, seu multiplicador cresce como bola de neve.

Recebido de delegado da Polícia Civil do RJ e ajustado o texto por
Ex-Blog do Cezar Maia


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