quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Palmas para Fidel Castro !
Ou Fidel Castro teve um raríssimo momento de lucidez, ou ficou maluco de vez.
Fidel Castro critica modelo econômico cubano
Fidel Castro disse a um jornalista norte-americano em visita a Cuba que o modelo econômico comunista do país não funciona, um raro comentário sobre assuntos domésticos de um homem que visivelmente tem evitado falar sobre questões internas desde que deixou a presidência do país, quatro anos atrás.
Jeffrey Goldberg, correspondente da revista The Atlantic, perguntou se ainda valia a pena exportar o sistema econômico de Cuba para outros países, e Castro respondeu: "O modelo cubano já não funciona mais para nós", escreveu Goldberg, hoje, em seu blog.
Ele disse que Castro fez o comentário casualmente, durante um almoço, após uma longa conversa sobre o Oriente Médio, e não forneceu maiores detalhes. O governo cubano não comentou a declaração do jornalista.
O fato de que as coisas não estejam funcionando com eficiência na ilha do Caribe não é novidade. O irmão de Fidel, Raul, atual presidente do país, disse a mesma coisa várias vezes. Mas a ríspida avaliação do pai da revolução cubana de 1959 causa surpresa.
Desde que deixou o governo em 2006, o ex-presidente tem se concentrado quase totalmente em questões internacionais e falado pouco sobre Cuba e a política interna. Goldberg viajou para Cuba na semana passada a convite de Castro para discutir um artigo recente publicado pela Atlantic, no qual o líder cubano falou sobre o programa nuclear iraniano.
O jornalista também relatou ontem que Castro questionou suas próprias ações durante a Crise do Mísseis Cubanos, em 1962, dentre elas a recomendação que os líderes soviéticos usassem armas nucleares contra os Estados Unidos. Mesmo depois da queda da União Soviética, Cuba manteve seu sistema comunista.
O Estado controla mais de 90% da economia cubana, pagando os salários dos trabalhadores - que são de cerca de US$ 20 ao mês - em troca de assistência médica e educação gratuitas e transportes e habitação quase de graça. Pelo menos uma parte das necessidades de alimentos de cada cidadão é vendida por meio de cadernetas, que são fortemente subsidiadas.
Agência Estado
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Irã deveria abandonar anti-semitismo, afirma Fidel Castro
O ex-presidente cubano Fidel Castro disse em entrevista a uma revista americana que o Irã e o seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, deveriam abandonar o anti-semitismo e tentar entender os motivos pelos quais os judeus foram perseguidos em todo o mundo ao longo da história.
Castro convidou o jornalista Jeffrey Goldberg, da revista americana The Atlantic Monthly, para uma conversa em Havana, depois de ter lido um artigo seu sobre as relações entre Israel e Irã.
O ex-presidente cubano está afastado do poder desde 2006 devido a problemas de saúde. Ele renunciou ao cargo em favor do seu irmão, Raúl Castro, que hoje governa Cuba.
Nas últimas semanas, Fidel Castro tem demonstrado que seu estado de saúde melhorou. No mês passado, o líder fez seu primeiro discurso no Parlamento nos últimos quatro anos.
Na semana passada, ele falou a milhares de estudantes da Universidade de Havana. Nas duas ocasiões, Fidel abordou o risco de uma guerra nuclear envolvendo Estados Unidos, Irã e Israel.
Recado
Na entrevista para a Atlantic Monthly, cuja primeira parte foi publicada no site da revista na terça-feira, Fidel diz que nenhum povo foi tão perseguido na história quanto os judeus.
"Os judeus tiveram uma existência muito pior que a nossa. Não há nada que se compare ao Holocausto", disse Castro a Goldberg, que é especializado em Oriente Médio. Em seguida, Fidel Castro pede que o jornalista passe o recado para Ahmadinejad.
Em um trecho da entrevista, Fidel faz uma autocrítica sobre a sua posição na crise dos mísseis, durante a Guerra Fria.
Em 1962, a União Soviética instalou uma base militar em Cuba para apontar mísseis para os Estados Unidos, no momento mais tenso da Guerra Fria, quando as duas superpotências quase entraram em guerra nuclear.
"Depois que eu vi o que eu vi, e sabendo o que eu sei hoje, eu sei que aquilo não valia a pena", disse Fidel à revista.
Portal Terra
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