quinta-feira, 16 de abril de 2009

RORAIMA: FUTURA TRAGÉDIA MUITO ANUNCIADA

Nosso amigo Izidro Simões, que conhece Roraima como a palma de sua mão e é colaborador deste blog, nos envia mais um de seus textos mostrando a triste situação criada e os conflitos que se iniciam em Roraima. Tudo isso poderia ser evitado. Bastaria só um pouco de bom senso, reduzindo em apenas 0,7% a área total da reserva Raposa Serra do Sol, correspondente a área ocupada pelos "arrozeiros" e respeitando a vontade da maioria dos índios, como os representados pela Sodiur, associação indígena que sozinha representa cerca de 6 mil indígenas e que é contraria a demarcação contínua.



RORAIMA: FUTURA TRAGÉDIA MUITO ANUNCIADA

UM CASO EMBLEMÁTICO

No dia 09 de abril/2009 às 10:00, o Deputado Federal ALDO REBELO (PC do B) deu longa entrevista à RÁDIO FOLHA, na capital roraimense. Marcou a sua posição CONTRA a área contínua, por entender perfeitamente que ela é fruto de uma gigantesca fraude, bem como por semear separatismo entre brasileiros, colocando índios contra índios, índios contra não índios, e não índios contra índios.

Como sua posição contrária à PERVERSIDADE que se cometeu em Roraima com a homologação da área contínua, já está bastante conhecida, a direção roraimense do PC do B fez publicar na primeira página do jornal FOLHA DE BOA VISTA do dia 08 de abril, um duro comunicado contrário ao Deputado ALDO REBELO e por sua posição divergente da maioria cega das esquerdas brasileiras.

Após a entrevista, o Deputado e sua comitiva foram de avião para SURUMU, onde ouviu com grande paciência, atenção e emocionado, o relato das pessoas "brancas" nascidas ali e que ficaram sem nada, não sabem o que fazer de suas vidas brutalmente interrompidas, não tem para onde ir e nem recursos financeiros para levarem suas mudanças e recomeçarem a vida, aos 60/70/80 anos.

Depois que muitos já tinham falado por horas seguidas e quando Aldo Rebelo já dava mostras de grande cansaço, o pastor indígena que de certa forma liderava a pequena população local, perguntou se alguém mais tinha algo à declarar.

Então, para total surpresa de todos, ARNULF BANTEL, hoje sendo comandante do avião que tinha levado Aldo Rebelo e sua equipe de filmagem, e que foi OFICIAL AVIADOR da FAB, residindo em Roraima há mais de 20 anos, levantou a mão e pediu para falar.

Ninguém entendeu quando aquele gaúcho alto, branco, de olhos azuis, filho de alemães, pediu para falar. Mirando fixamente o Deputado, disse com firmeza:

"Deputado, estou aqui com a autoridade de ser casado com uma índia macuxi e de ter uma filha com ela. Ela é lourinha como aquela criança ali (apontando para uma menina macuxi, também de cabelo loiro). Agora pergunto, Deputado, a minha neném, é índia ou é branca? Como é que fica esta situação? Nas atuais circunstâncias daqui de Roraima, vou ter de me separar de minha mulher e de minha filha? Não vou mais poder visitar minha sogra e meus cunhados, que moram na maloca? Minha mulher e minha filha também não vão mais poder ir até lá? Veja o absurdo das ideologias religiosas e políticas que forjaram isto tudo que estamos vivendo. Veja como religiosos italianos conseguiram causar esse tremendo drama social, familiar e político nesta terra, acompanhados por outros interesses que já são conhecidos".

Encerrou, agradecendo ao Deputado, por ter escutado. Nem seria preciso dizer do incrível impacto que sua narrativa causou, mas é preciso contar, porque foi tão estupendo, que ninguém teve ação alguma, um gesto imediato, sequer. Ficaram todos como que petrificados num grande silêncio, até que Aldo Rebelo, visivelmente espantado (possivelmente abalado), começou a bater palmas, no que foi acompanhado por todos, num aplauso forte e demorado.


O QUE VEM POR AÍ

Não tem faltado avisos, vindos de quase toda parte: do Deputado Federal ALDO REBELO (PC do B), que por 4 vezes já esteve na Raposa / Serra do Sol; do Deputado Federal LINDENBERG FARIAS (PT), que relatou honestamente todo o emaranhado social-político-étnico e econômico, após sua atenta estada nessa área de conflitos; do Juiz HELDER GIRÃO BARRETO, da JUSTIÇA FEDERAL em Roraima que constituiu uma Comissão e mandou fazer uma minuciosa perícia detetivesca na documentação demarcatória, e constatou a enxurrada de falcatruas que foram perpetradas, e que o Ministro Mello, do STF, naquela memorável sessão declinou detalhadamente no seu voto com 6 horas de duração, em que dissecou até o branco dos ossos, toda a trama jurídica da área contínua; dos próprios índios macuxi, ingaricó, taurepang e wapixana; dos historiadores; da União das Maçonarias; dos militares; dos Serviços de Inteligência civis e militares; do povo roraimense; dos jornais e TVs de Roraima; de brasileiros dos mais variados rincões que clamam por causa da injustiça praticada e do avassalador prejuízo territorial e de riquezas, que foram causados à nação.

Sim, não tem faltado avisos de que há um barril de dinamite com pavios curtos, na Raposa / Serra do Sol. Até as charges diárias da FOLHA DE BOA VISTA, apontam um barril, prestes à explodir. Ninguém em Roraima duvida o que será o futuro na área, visto que os conflitos localizados já começaram,


UM CASO EMBLEMÁTICO

Os índios do CIR-Conselho Indígena de Roraima, braço da Diocese e seus padres e freiras da Teologia da Libertação, a ala comunista da Igreja Católica, minoritários mas bem treinados e aguerridos vem, desde há décadas, provocando toda espécie de conflitos, contra fazendeiros, arrozeiros e contra os "parentes" que não concordam com as suas idéias radicais, ideológicas, separatistas e anti-brasileiras, tudo sabidamente conhecido pelas autoridades policiais, governamentais e militares.

Em SURUMU, epicentro do terror na Raposa / Serra do Sol, quartel general da Diocese, onde ela reúne seus índios numa pseudo-escola, com doutrinação política e ideológica, justamente na região das lavouras de arroz, os habitantes do vilarejo, cheios de medo e desespero, observam os índios do CIR, acampados pelas suas 3 ruas, esperando apenas a chegada do dia 31 de abril, para no dia seguinte invadirem as residências que já escolheram para moradia.

A vila tem a quase totalidade de suas casas em alvenaria, há energia elétrica domiciliar e pública, água encanada, escola estadual e uma excelente pista de pouso, ponte de concreto sobre o rio, além de estar na beira de uma importante rodovia que cruza toda a área em questão, de Este para Oeste, passando na beira dos arrozais e pela maloca da Raposa. Esta também já é um vilarejo com casas de alvenaria, escola, praça de esportes coberta, igreja, energia elétrica, água encanada, telefone de orelhão, radiotransmissor e uma bem construída pista de pouso.

Por toda parte, essas obras foram feitas pelo Governo do Estado; dinheiro do contribuinte roraimense, portanto.

Próximo da maloca da Raposa, está o LAGO CARACARANÃ, posse legalizada e quase centenária, onde nasceu JOAQUIM CORREIA DE MELO, hoje com 86 anos.

Distante cerca de 190 quilômetros da capital Boa Vista, e sendo um local de muita beleza nos "lavrados" roraimenses (campos naturais), sendo esse grande lago cercado por finíssima areia branca e cajueiros nativos, o local era bastante procurado para lazer e prática de windsurf.

O empreendedor Joaquim, há uns 26 anos montou uma estrutura turística composta de vários chalés, restaurante, galpões para festa, canoas e pedalinhos, afora a energia elétrica, hidráulica e sanitária. Construiu também uma pista para aviões, que eram muitos nos finais de semana. Lugar realmente bonito, atraia multidões.

Cansado pela idade, vencido pelo desânimo e pela longa batalha judicial para tentar manter-se na sua propriedade que foi engolida pela Terra Indígena, Joaquim retirou-se com sua família antes do prazo findar, e deixou as chaves de tudo o que havia, nas mãos de uma família de índios macuxi, que com ele trabalhavam há muitos anos.

Esses índios, que são macuxi filiados da SODIUR, que junto com a ALIDICIR e ARIKON são contra a área contínua, aceitam tranquilamente, sem traumas, a permanência de todos os fazendeiros e arrozeiros nas suas respectivas propriedades, a independência das cidades e vilas, a liberdade de todos irem e virem pelas estradas caminhos e rodovias. Convém lembrar que a Raposa / Serra do Sol tendo um pouco mais de 1 milhão e setecentos mil hectares, é QUASE DO TAMANHO DE SERGIPE, para pouco mais de 10 mil habitantes.

Assim que espalhou-se a notícia de que Joaquim e sua família não mais estavam no Caracaranã, 20 índios macuxi do CIR marcharam para o local, e exigiram a entrega das chaves para eles. Como não foram atendidos, começaram a confusão, que resultou em agressões aos índios moradores, segundo notícias que chegam.

Para completar a confusão armada, por coincidência, chegou lá uma equipe da CER- Cia. Energética de Roraima, à fim de desligar um dos grandes transformadores, e que pertence à empresa. Os índios do CIR reagiram e aumentou a confusão. Foi enviada uma equipe da Polícia Federal e da FUNAI, que pretendem fazer do local, sua base de operações para a expulsão dos moradores não índios, senhores legítimos e documentados dessas terras, alguns dos quais tem posse até mais que centenária, do tempo em que as terras hoje de Roraima, ainda eram do Estado do Amazonas.

Os índios macuxi do CIR, apresentados ao Brasil e ao mundo como sendo os únicos representantes de todos os índios na Raposa / Serra do Sol, e fazendo parecer que todas as diferentes etnias eram contra os fazendeiros, arrozeiros, cidades, vilas e rodovias, ajudaram a cobrir com o manto da mentira toda a farsa que foi legalizada pelo STF, para vergonha dos brasileiros conscientes.

As etnias indígenas em Roraima não estão unidas, não são todas do CIR, que aliás é minoria, mas que são muito bem assessorados inclusive internacionalmente, com vários dos seus índios indo até para os Estados Unidos e Europa, à fim de fazerem publicidade da área indígena e convencerem a quem ainda desconfia dos propósitos deles.

A Raposa / Serra do Sol, região riquíssima de minérios diversos, inclusive NIÓBIO, prato cheio para a cobiça de brasileiros e estrangeiros versados em dissimularem seus propósitos, agasalha dissensões ideológicas e religiosas entre os índios (índios católicos versus índios evangélicos), rancores mal guardados, intenções pérfidas, cobiça generalizada tanto de ONGs quanto de índios, crimes e vinganças já praticados e outros que fatalmente acontecerão por conta das mortes anteriores, e outras, independentes dessas.

As versões que se espalham propositadamente sobre os índios (quaisquer índios), apresentam a todos como seres quase angelicais, puros de nascença. Não são assim.

Quem convive ou conviveu com eles – mesmo sem precisar ter vivido nas malocas – sabe que não é desse modo. São seres humanos apenas, e como tais, com as mesmas virtudes e os muitos defeitos de todos os humanos. Sentem ódio, inveja, ciúme. Mentem, perseguem, roubam, fingem. Também tem índios gay. Nada diferente de qualquer canto do mundo.

Na Raposa / Serra do Sol, alimentada pela próprias dissensões internas, o conflito ideológico, político, religioso e "ongueiro", já desenha-se inevitável, queiramos ou não, concordemos ou não, aceitemos ou não.

Também é questão de mais dia menos dia, para que essa terra torne-se um pedaço desmembrado do Brasil, e que se constituirá em um país independente.

Os que estão distantes de Roraima, com tudo acontecendo muito longe de seus olhos e dos seus corações, não tem mesmo como avaliar a pressão que sofrem os roraimenses, o estresse que tudo isso provoca, a raiva que há contra o governo federal, o quase desespero de quem nasceu na região da Raposa / Serra do Sol, ficou sem nada, e ainda é chamado de invasor, palavra que em Roraima está equivalendo a dizer que aquela pessoa é mal intencionada, perversa, perseguidora de índios, bandida.

Para quem foi lá várias vezes, como o Deputado Federal ALDO REBELO (PC do B), os absurdos são flagrantes: há índias casadas com "brancos" e com filhos dessa união; também há algumas brancas, casadas com índios. As crianças índias, filhas de "brancos" passaram a ser discriminadas pelos índios associados ao CIR, como se fossem filhas de criminosos! Outras estão sendo impedidas de entrarem nas escolas, porque suas famílias são contra o CIR e seus radicalismos. Os professores não indígenas não são mais aceitos nas escolas.

Atentem bem: centenas de famílias estão sendo despejadas de seus lugares, de seus lares e de suas próprias vidas, e jogadas ao Deus dará, porque até hoje, 30 anos depois de terem feito a mesma coisa na Área Indígena São Marcos, também em Roraima, NINGUÉM FOI INDENIZADO. Outras, mesmo sendo indígenas, estão sendo preteridas, ridicularizadas, antipatizadas, ofendidas e também proibidas de viveram na área, porque eram formadas com gente "branca".

Como se vê, a "faxina" étnica e social já está sendo feita e . . . atenção (!) pelos próprios índios radicais do CIR, sendo lícito suspeitar das razões que estejam por trás disso.

Para frisar bem, temos aí nada menos que a reedição dos "PROGRONS" e das alegações de PUREZA RACIAL de HITLER, que tanta infelicidade já causaram e ainda vão causar no mundo.

Algo de bom pode sair disso? Dentro de 2, 3 ou 5 anos, poderemos ter em Roraima, a reedição da barbárie da Sérvia ou da Bósnia ou dos judeus versus palestinos.

Porque, não? A semente já foi plantada e germinará. Os frutos serão colhidos no futuro. A indisfarçável cobiça internacional fomentará mais um pouco de discórdia. Conceito fundamental: o plantio é livre mas, a colheita é obrigatória. Neste mundo mesmo.

Izidro Simões, jornalista MTb nº 157/10 DRT/RR, aeronauta aposentado em 2005, 42 anos de aviação, sendo 31 por TODA a Amazônia, dos quais 20 em Roraima, onde reside.


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