Lula defende culto a "heróis" mortos na ditadura
Após decretar o fim da polêmica no governo sobre a revisão da Lei de Anistia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem que a sociedade aprenda a cultuar seus "heróis" e não busque apenas incriminar os "vilões" da história. Segundo Lula, os brasileiros têm dificuldade em valorizar os seus mortos. O último herói para o povo brasileiro, segundo ele, foi Tiradentes.
"Nós precisamos tratar um pouco melhor os nossos mortos... Toda vez que nós falamos dos estudantes que morreram, dos operários que morreram, nós falamos xingando alguém que os matou, quando na verdade esse martírio nunca vai acabar se a gente não aprender a transformar os nossos mortos em heróis e não em vítimas", disse Lula.
A declaração foi feita durante assinatura de mensagem de projeto de lei, que prevê a reconstrução do prédio da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio, incendiada durante a ditadura militar, em 1964.
O presidente disse ainda que o Brasil se ressente da ausência de heróis. Ele disse que normalmente no País só é lembrado como herói Tiradentes, "porque os mesmos que o mataram se apressaram em fazê-lo [herói], 30 anos depois".
Convite à reflexão – "O País não constrói a memória das coisas boas que acontecem na nossa vida. Não conseguimos avaliar se a morte foi apenas um sofrimento de quem morreu e de seus parentes ou se ela deve ser uma motivação para construir outros heróis montados naqueles que foram sacrificados", afirmou o presidente.
"Imagina se a Frente Sandinista ficasse lamentando todos que Somoza matou. Imagine se Fidel (Castro) ficasse lamentando todos que Batista matou. Não! É fazer com que essas pessoas que tombaram lutando por alguma coisa em que acreditavam se transformem em heróis, que sejam símbolos da nossa luta. Que na sede da UNE tenha a fotografia e a história dos que morreram", defendeu Lula, sob aplausos discretos dos estudantes.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que também esteve no evento da UNE, se disse contrário à reabertura das discussões em torno da Lei da Anistia. "Não acho que é um momento adequado para este tipo de debate. O sistema Judiciário é que deve interpretar a lei", afirmou.
Os ministros da Justiça, Tarso Genro, e dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defenderam recentemente que a Lei da Anistia não deveria valer para os torturadores da época da ditadura militar no Brasil. Abriu-se a polêmica. Eles alegaram que a tortura não é um crime político, perdoado pela anistia, e sim um crime hediondo.
Diário do Comércio
UNE? Que UNE? A UNE não existe!
(...)
- UNE? É aquela repartição que detém o monopólio milionário de emissão de carteirinhas estudantis?
- UNE? É aquela entidade onde a eleição ainda se dá por colégio eleitoral?
- UNE? Seria aquele aparelho do PC do B, o partido que ainda não reconhece as críticas de Krushev a Stálin, feitas em... 1956?
- UNE? É aquela agremiação pelega que se transformou em claque do governo Lula?
- UNE? Seria aquele grupo entusiasta da maior transferência de recurso público para o ensino privado de baixa qualidade jamais havida no Brasil, mostrando onde é que o PC do B e o “mercado” se entendem?
Uma sede para a UNE, desenhada por Niemeyer, aquele senhor a quem a velhice não socorreu com o bom senso?
Houvesse alguma chance de a União Nacional dos Estudantes vir a ser, de fato, uma organização de caráter sindical e associativa democrática, eu estaria aplaudindo, sim. Afinal, houve mesmo violência e tal. Mas quê... Pedem-me que aplauda o benefício a um aparelho asqueroso do PC do B, que vive um formidável divórcio com a esmagadora maioria dos estudantes?
Ah, tenham paciência! Desde o processo de abertura política, a UNE está na mão dessa gente. E vai continuar. Ficará para sempre. Comunista só abandona o poder debaixo de porrete. Nem que seja em cemitério. Como ninguém fará isso com os comunistas do Brasil que aparelharam a entidade, então eles vão ficando por ali mesmo. Em breve, rivalizarão em importância com o Federação Nacional dos Fabricantes de Polainas.
Reinaldo Azevedo
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