quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Farc libertam 4 reféns. Podem ser os últimos.


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A operação, capitaneada pelo governo da Venezuela, envolveu helicópteros da Cruz Vermelha e resgate no meio da selva colombiana.Guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc) libertaram ontem quatro reféns em uma operação de resgate coordenada pelo governo da Venezuela.

O grupo — composto por políticos colombianos que foram mantidos cativos por mais de seis anos — foi entregue a uma equipe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e políticos venezuelanos e colombianos e seguiu em helicópteros para a base aérea de Santo Domingo, na Venezuela, onde chegaram no final da tarde. Em seguida viajaram para Caracas, onde se encontraram com familiares e com o presidente Hugo Chávez, principal mediador das negociações.
A libertação dos ex-deputados Gloria Polanco e Orlando Beltrán e dos ex-senadores Luis Eladio Pérez e Jorge Gechem Turbay foi anunciada no último dia 31 de janeiro pelas Farc. Os quatro foram libertados na mesma região onde as Farc soltaram duas outras políticas em 10 de janeiro: Clara Rojas e Consuelo González.
As imagens da libertação, divulgadas pela TV estatal venezuelana Telesur, mostravam todos emocionados. "Meus filhos, meus filhos", dizia Gloria enquanto chorava. "Não sabia se teria a chance de ver meus três filhos de novo." Os quatro chegaram caminhando e carregando mochilas. Gechem, que segundo relatos de ex-reféns teve pequenos enfartes no cativeiro, era o mais abatido.
De acordo com um guerrilheiro que os acompanhava, a libertação foi atrasada por causa de ações militares das forças colombianas na região — informação que Bogotá nega.
Segundo a Cruz Vermelha, eles foram examinados por médicos venezuelanos que concluíram que todos tinham condições de saúde para agüentar os 650 quilômetros de viagem até Caracas. "Eles estão sãos e salvos", disse o porta-voz da presidência da Venezuela, Jesse Chacón.
Humanidade
Logo após a soltura, as Farc anunciaram que não farão mais entregas unilaterais até que o governo desmilitarize dois municípios do sudoeste do país para negociar um acordo humanitário mais amplo.
Por meio de um comunicado difundido pela Agência Bolivariana de Imprensa, as Farc anunciaram a libertação como "a mais contundente manifestação de que a humanidade é mais poderosa que a intransigência" e voltaram a pedir a retirada de tropas colombianas dos municípios de Florida e Pradera para negociar a libertação de mais reféns em troca de 500 rebeldes presos.
Mas o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, reafirmou a posição do governo: não haverá desmilitarização. O impasse impede há anos o avanço das tentativas de trocas de reféns da principal guerrilha colombiana por prisioneiros políticos mantidos pelo governo colombiano. Jorge Castro/AFP
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