Política Ambiental - 27/12/2007 - 05:33
Brasil e Venezuela articulam pacto militar de nações amazônicas para evitar internacionalização
O movimento pela internacionalização da Amazônia, sob pretexto de preservar a maior floresta tropical do planeta, preocupa os governos dos países amazônicos, que já articulam a criação de um pacto militar em defesa de sua soberania sobre esse extenso território, que possui uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo, além de vastas e inexploradas reservas minerais. O acordo militar, desenvolvido sob rigoroso sigilo, começou a ser negociado pelos governos do Brasil e da Venezuela há cerca de um ano e meio, quando se intensificaram nas Nações Unidas as articulações dos países desenvolvidos que redundaram na aprovação da Declaração dos Povos Indígenas, em setembro de 2006, e que agora conduzem para a criação da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Por coincidência ou não, no mês seguinte à aprovação da Declaração dos Povos Indígenas, em outubro de 2006 o governo da Grã-Bretanha, então comandado pelo primeiro-ministro Tony Blair, chegou a elaborar uma proposta oficial para ser inserida na pauta de um congresso internacional sobre mudança climática, em Monterrey, no México, que reuniu os 20 países mais poluidores do mundo. Em entrevista ao jornal "Daily Telegraph", o então secretário do Ambiente do Reino Unido, David Miliband, revelou que o plano do governo britânico propunha uma "privatização completa da Amazônia" para evitar o desmatamento e combater as emissões de gases-estufa. A proposta previa que uma grande área da região passaria a ser administrada por um consórcio internacional. Grupos ou mesmo pessoas físicas poderiam então comprar árvores da floresta, a pretexto de preservá-la. Reação A entrevista ao "Daily Telegraph" causou imediata reação do governo brasileiro, levando o então porta-voz do Departamento do Ambiente do Reino Unido, Penny Fox, a afirmar que a proposta não fora colocada para discussão em Monterrey. "Se alguém tem a intenção de privatizar a floresta não tem muito conhecimento do que é a Amazônia. Hoje, 75% da região pertencem ao Estado. São áreas que não podem ser vendidas", disse à época Tasso Azevedo, diretor do Serviço Florestal Brasileiro, acrescentando que o governo estava aumentando progressivamente as verbas para proteção das reservas amazônicas. "Se há interessados em ajudar na preservação de uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo, podem colaborar de várias formas. Uma delas é ajudar o fundo do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Mas, até agora, apenas empresários brasileiros colaboraram com essa iniciativa. Recursos estrangeiros também seriam muito bem-vindos", ironizou o representante do MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Bloco O assunto é extremamente delicado. Como reação ao movimento pela internacionalização da Amazônia, que já conta com apoio ostensivo das Nações Unidas, o Itamaraty tentou apressar a formação do pretendido Bloco da Amazônia, que reuniria os países da região em termos políticos, comerciais e logísticos, através de um amplo acordo que incluiria um pacto militar entre essas nações, para defesa de sua soberania sobre a região amazônica. A formação do Bloco da Amazônia, que está também relacionada à criação de um banco de desenvolvimento sul-americano, o Banco do Sul, vem sendo conduzida pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, e por Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a iniciativa tem sido retardada em função de sucessivos problemas diplomáticos criados pelo presidente venezuelano Hugo Chávez com outros países da região amazônica, especialmente a Colômbia. Mas é intenção do governo brasileiro fechar o Bloco da Amazônia no menor prazo possivel.
Carlos Newton
Fonte: Agencia CT - Ministério da Ciencia e Tecnologia
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